Chiko Kuneski
A bola parece estar no
vácuo, sem peso. Lembra uma peteca dançarina arremessada por pés mágicos
calçando chuteiras aladas. As embaixadas, diante do olhar atônito do marcador,
contrariam as leis da gravidade. A bola simplesmente, simples como o toque do
roçar dos couros do futebol, flutua.
Parece que todo o time
adversário parou para contemplar a magia. A defesa estática. Todos os zagueiros
com o olhar dirigido à bola. Ou, talvez, hipnotizados pelos pés de Ibrahimovic.
Altivo, não olha a bola. O virtuoso não precisa ver o instrumento. É pura intuição.
A bola peteca flutua
até outa chuteira com asas, encontra Di Maria. Dele, sem tocar o gramado, parabólica,
alcança o veloz ponta. Chega-lhe aos pés sem peso. Como também parecendo sem
ação da gravidade atravessa toda a área adversária mudando o ritmo do jogo.
A peteca bola fica
veloz. Mais até que os olhares dos marcadores. Cai no contra censo do pé do zagueiro Van Der
Wiel. A Falta de peso da bola deu-lhe tempo para atravessar o campo e
surpreender a atônita defesa. Um gol desatmosfério.
Di Maria ainda
completou essa ausência da gravidade com dois espetaculares gols de cobertura,
um sobre toda a defesa e outro deixando o goleiro com torcicolo na vitória do
Paris Sant Germain por 5 a 1 sobre o Angers. Essa é a magia imaginativa do
futebol, feita por chuteiras aladas cujos pés que cobrem não sentem o peso da
bola.
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