terça-feira, 27 de junho de 2017

Versos do futebol

 

"Se o drible e o gol são o momento individualista-poético do futebol, o jogo brasileiro é, portanto, um futebol de poesia".
O cineasta italiano Pier Paolo Pasolini considerava o gol uma invenção e o drible uma subversão da prosa do jogo europeu.


Mauro Pandolfi

A definição que mais gosto, e uso, sobre futebol, é 'teatro de grama e paixão'. Ali, no gramado, tudo que envolve o sentimento humano é revelado, mostrado, nada é sonegado. A derrota e a vitória se misturam com a dor e alegria. Os 'nossos monstros secretos' são desnudados aos gritos, desabafos, xingamentos. Mas, também, vejo poesia no futebol. Épicas, líricas, românticas, versos livres, concretos, parnasianos. Não é no jogo, nos lances, nas manifestações. São as escalações das equipes. Parecem poemas sendo declamados quando são anunciadas ou, melhor, repetidas pelos torcedores apaixonados. Alguns dos 'poemas' da bola que me encantam.

Épica.

Nada é igual a esta: Félix; Carlos Alberto, Brito, Piazza e Everaldo; Clodoaldo e Gérson; Jairzinho, Tostão, Pelé e Rivelino. Sonora, rítmica, inesquecível. O 'verso' Pelé é mais que perfeito.
Uma outra  'poesia' inesquecível: Valdir Peres; Leandro, Luisinho e Júnior; Cerezo, Falcão, Sócrates e Zico; Serginho e Éder. O poema começa torto. Mas, aos poucos revela magia, encantamento, tristeza. Lindo!

Lírica.

Repetia, eufórico, em meus jogos de botão. Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo e Zeca; Dudu e Ademir; Edu, Leivinha, Cesar e Nei. O verso 'Dudu e Ademir' é um dos mais belos do futebol. Estético, sofisticado, soberano.
Ás vezes, no silêncio da casa, saudoso, repito estes versos: Raul; Leandro, Mozer, Marinho e Júnior: Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. Fantástico poema que tem 'uma segunda estrofe' mágica, envolvente, musical.
Esta 'poesia' me provocou angústia, derrotas, tristeza. Porém, sempre reverencio os 'versos' magistrais: Manga; Cláudio, Figueroa, Hermínio e Vacaria: Caçapava, Paulo César Carpegiani e Falcão; Valdomiro, Flávio e Lula. Paulo César Carpegiani é um 'poema' completo. Um maestro regendo um coro.

Romântica.

Em dias tristes declamo em alto e bom som esta 'poesia' que me fez superar a 'dor e a tristeza' de uma infância sem vitórias: Corbo; Eurico, Ancheta, Oberdan e Ladinho; Vitor Hugo, Tadeu e Iúra; Tarciso, André e Éder. Tão envolvente que uma parte do 'verso' final (André) eternizei em meu filho.
O mais repetido, vivido, vivenciado em minha adolescência. Cansei de declamar a caminho do 'teatro de grama e paixão'. Luís Fernando; João Carlos, Aírton, Mário José e Eduardo; Vitor Hugo, Gaspar e Luís Carlos; Ademir, Parraga e Manequinha. Esta 'poesia' é o melhor retrato da  saudades de Lages.

Concreta.

E, para terminar, a mais vistosa, lúdica, 'poesia concreta' do futebol: Castilho; Píndaro e Pinheiro. Diz tudo. A solidez, a força, a virtude em três palavras.

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Um Iniesta brasileiro

 

"Como não reverenciar Iniesta? Simplesmente Iniesta. Iniesta é o futebol. Exagero? Talvez! Iniesta é o exagero do futebol…"

Quem sabe a frase do jornalista Thiago Mello um dia se encaixe em Arthur. Um exagero? Sim! Mas, também um sonho de quem venera um maestro. Hoje, Arthur é solista. O tempo, talvez, o torne um maestro.

Mauro Pandolfi



Um lance banal no meio campo. Sem importância. Foi lá pelos dezoito minutos do segundo tempo. A bola é de Arthur. Domina, controla, acaricia. Tem o manejo dela. É cercado por quatro cruzeirenses. Um tenta o bote. Ele negaceia. Vem o segundo, o drible é dado. Chegam o terceiro e quarto. Arthur, gira, rodopia, a bola sempre grudada no pé. Foge, escapa, livra-se da marcação. Livre para jogar. O passe certeiro encontra Luan que percebe a entrada de Ramiro. Fábio é mais rápido. Um lance qualquer que revela o talento. Arthur gosta da bola, do espaço vazio, do movimento. Lembrei de Paulo César Carpegiani. O mago que controlava o ritmo do jogo. Cadência ou acelerado. Porém, quem eu acho que  Arthur lembra mesmo,  é Iniesta. O maestro da Catalunha! Poxa! Não vou dizer isto. Vão achar que é devaneio, exagero, paixão de gremista. Mas, lembra Iniesta, sim!
O espaço vazio é o lugar de Arthur. Sempre acha uma brecha na rígida marcação do meio-campo. Ali, flutua solto. A bola colada no pé, cabeça erguida, sem muita pressa. Aceleração do ritmo depende dos movimentos dos parceiros. O passe é sempre preciso. A estatística do campeonato dá um acerto de 96% Alguns, tornam-se gols. Arthur tem a ideia do jogo de Iniesta. Tem os movimentos. Tem a inteligência. Olhar atilado. A visão central e periférica. Não desperdiça o lance e a posse de bola. Falta pouco, quase nada, para ser um Iniesta. Não tem ainda o tempo do jogo, o que chamam de experiência, a maturidade, o reconhecimento, a fama. Ao lado de Luan, é o centro técnico deste espetacular time do Grêmio.
Arthur é o que há de mais novo, moderno, contemporâneo no futebol brasileiro. O jeito de jogar é uma 'inovação'. Um volante que gosta da bola, do controle, do passe, do movimento, do chute a gol. Depois dele, o 'velho' cabeça de área vai para o museu. O volante que 'suja o calção de barro', que passa a carreira sem dar um chute gol, aquele rouba a bola e entrega ao adversário, é um personagem do passado, de um futebol que terminou, sem muitas glórias. Mas, insiste em sobreviver. Só não vou chamá-lo de Rei, a tentação é grande, pois sou um convicto republicano.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O foda-se do futebol



Mauro Pandolfi

"Governar o Brasil não é difícil, nem impossível; é inútil."
 Definição precisa de Carlos Heitor Cony.

Cena de uma manhã de futebol. O corpo estendido no chão. Cercado, massacrado, agredido, surrado. Uns chutam: outros, dão socos. Aproxima-se um homem(sic) e pisa em sua cabeça. Uma, duas, três, várias vezes. O corpo imóvel, Parecia morto. Outro homem aproxima-se e impede uma nova sequência de agressões. Surge a polícia. Correria, fuga, desespero. Lei de Linch, barbárie, crueldade, covardia. Confronto entre bandidos com a camisa do Coritiba e do Corinthians nas ruas de Curitiba. O jogo ocorreu normalmente. Durante a partida comentaram a morte do torcedor. Mais tarde, desmentiram. No final do dia, no blog do Paulinho, a informação que o "o corintiano liberado já posava, feliz, tratando seus machucados como se fossem troféus de guerra".  Um imenso 'foda-se' na esportividade,na alegria, na festa do futebol.
Faltou pouco. Muito pouco. Quase nada para o Internacional seguir o destino da Juventus de Turim. Faltou coragem ao stjd (em minúsculo, do tamanho dos juízes) para aplicar um pena severa ao clube gaúcho por falsidade ideológica. A Juventus, por corrupção de arbitragem, perdeu dois títulos, foi rebaixada e entrou na competição com menos17 pontos. Aqui, a decisão foi muito parecida com o tse. Os emails sobre a condição de Vitor Ramos, artifício usado pelo Internacional para a virada de mesa, foram comprovados como falsos. O tribunal ignorou quem falsificou, como a falsificação foi parar no clube e porque o Internacional usou? A punição, segundo a legislação da FIFA,  deveria ser multa, exclusão da competição, rebaixamento, suspensão de atividades de até 720 dias. O 'excesso de provas' absolveu o Inter, multado em R$ 720 mil. Já imaginou a punição se o Inter fosse o de Lages? Foi um 'foda-se' na legalidade do jogo.
O Brasil vive um eterno São João. Há quadrilhas para todo gosto. Destras ou sinistras. Populares ou impopulares. Dos que batem panelas, dos que sonham com xerifes, dos que xingam jornalistas. Os chefes são conhecidos através de power point do procurador ou da delação do açougueiro mais famoso do pais. Joesley Batista. Um dos chefes citado é o presidente da república Michel Temer. Após as ameaças de processo, embarcou para a Rússia . Irá  encontrar um outro chefe...de estado: Vladimir Putin. A Rússia vive no 2017, pré copa, um quase 2013 do Brasil. Denúncias de superfaturamento dos estádios, atrasos, corrupção, manifestações e um líder que precisa de um pequeno exército, dez snipers espalhados nas arquibancadas, para a abertura da Copa das Confederações. Temer e Putin dão um foda-se ao seu povo.
 A série 'Os dias eram assim' tem o pano de fundo o pesadelo da ditadura e o sonho da democracia. No capítulo de sexta, o cenário foi o comício das 'diretas já' no Rio de Janeiro. A alegria, a festa, a esperança, a utopia, o desejo de um país democrático, justo. Poxa! Acreditei nisto. Ora, também acreditei em Papai Noel. A emenda Dante de Oliveira foi rejeitada e Tancredo Neves ganhou no colégio eleitoral. O tempo passou, o Brasil continua sitiado no passado, na história e num círculo vicioso eterno. Tudo num vai e volta. Começa na ditadura, diretas já, Sarney, Collor, impeachment, Itamar, Fernando Henrique, Lula, Dilma, impeachment, Michel Temer, diretas já. Espero que o círculo não se complete com ditadura. Há uma obsessão atávica, à esquerda e à direita, por autoritarismo. Será um 'foda-se' sem volta.

domingo, 11 de junho de 2017

Deuses humanos

Chiko Kuneski


Foi pênalti! Marca o árbitro. Mesmo não sendo. Não foi pênalti! Define o juiz. Mesmo sendo. Cabe ao seu olhar. Ao seu julgar. Ao seu pensar. Arbitrar. Definir. Mensurar. Com olhar supremo desgostar olhares inferiores. Como se proferisse em cada apito: “ eu julgo e ponho sob o jugo”. Os juízes são, cada vez mais, humanos com assunção a deuses por regras humanas.

Os “homens do apito” carbonam a estrutura jurídica do país. Viram deuses ungidos pelas normas humanas. Normas que sempre devem ser interpretadas. De que adianta ser deus e não mudar os conceitos humanos, suas normas, mortais, suas falhas, suas imperfeições com uma divindade, mesmo que humana? Os juízes brasileiros pensam e agem assim. Deuses. Absolutos. Gigantes diante dos diminutos.

Vestem as fardas, uniformes esportivos com patrocínios duvidosos, ou togas com patrocínios não menos duvidosos, para exercerem sua ditadura particular. Viram deuses, mesmo tendo o pode delegado por normas humanas. Planam acima. Intocáveis. Inatingíveis. Inconsequentes.

Vivem do deleite do olhar o mundo “humano” como mitologia grega, do alto de um Olimpo imaginário e inatacável. Brincam com as marionetes dos jogos. Mexem seus paus, cordas e definem os destinos dos personagens de uma nação. E os bonecos, atados às cordas e às cruzes de madeira nas mãos dos deuses humanos, sentam emudecidos depois que os cordões afrouxam.

terça-feira, 6 de junho de 2017

Papo com Rai


Mauro Pandolfi

Sou romântico. Demorei a entender este romantismo. Negava, fugia. Não mandava flores por falta de grana. Mas, escrevia poesia, ouvia Roberto Carlos e os bregas, que até hoje escuto e adoro. Tudo discretamente, quase clandestino, como fazia com os filmes do Trinity. Estas 'paixões' pareciam um desvio de conduta. A 'resistência' a ditadura, o pensar comprometido de esquerda exigia uma postura mais agressiva, crítica, dura. Aquela história 'hay que endurecer, pero sem perder lá ternura jamás!' era só um poster pendurado na parede do quarto. Papo furado! Queria confronto e vencer o confronto. Nélson Mandela me ensinou o que é viver a política: um país é maior que os pensares ideológicos ou pessoais. Imagina um Lula ,com o 'o nós contra eles', o que seria da África do Sul? Não namorei como queria. Paixões deixei passar. Amor virou amizade. Às vezes, achava a menina alienada demais. Outras, muito românticas. Outras, por medo. Só permitia o romantismo no futebol. Fui apaixonado por tantos times, por ideias de jogo, por conceito, pelo Inter de Lages, Ypiranda, Figueira, a Democracia Corinthiana, Barcelona, Milan, Manchester United, Boca Juniors, tantos, muitos times. Só um é eterno. Vibro, 'sofro', deliro, fico triste, deprimido, alegre, festivo, eufórico com o Grêmio. Fui conversar com Rai Carlos, o vidente cego, para entender este amor (ou será paixão?), sobre esta loucura (ou a minha lucidez para encarar a  rudeza da vida?) que é o Grêmio. Rimos muito. Reflexões sem dores que escaparam de um choro nostálgico.
"Amor e paixão não são tão diferentes, meu caro Mauro. O amor requer cumplicidade. A paixão, a mais forte, intensa, é solitária. Paixão é quando as configurações bioquímicas do cérebro entram em pane. Alteram o algoritmo do corpo. A química é mexida. Há fusões de elementos não combinados, aleatórios, diria explosiva. Os neurônios se desequilibram, provocam uma metamorfose na estrutura da célula e a energia dissipada gera uma transformação do ritmo cardíaco. Aceleração, agitação, a função sanguínea é modificada, quase perigosamente. Aumenta o oxigênio proporcionalmente com o gás carbônico. Enfim...Tu cai de quatro!".
Eu 'cai' com a explicação dele. 'O filósofo, poeta, o transcendental, buscando uma explicação científica?" ironizei.  A gargalhada sonora acorda o velho Pablito, o centenário papagaio de Rai. "O corpo é assim. E como ele reage quando alteramos o estado das coisas. Como uma doença, a febre é uma tentativa de defesa. O corpo se modifica buscando a cura. Paixão não é doença, não confunda. Mas, é uma disfunção da normalidade orgânica. Também é diferente do tesão. A paixão mexe muito mais com o que está 'fora' do corpo. O corpo saudável nos permite sobreviver. O viver é com a alma, a mente, e o que ela provoca: o prazer, desejo de se encantar. É o momento da criação, da inventividade. De você ser mais do que um animal. Você é um Deus, pois altera todo o ritmo do universo. O seu universo!". O gole de gim é longo, quase o copo todo.  Rai é um cara sereno. O meu porto seguro. Aflito ou alegre, eu o procuro. Boas reflexões, conselhos, dicas.
"Onde entra o amor?', pergunto. "O amor é o processo maior da evolução humana. A singularidade que nos distingue. A capacidade de encontrar no outro, o nosso complemento. O amor é suave, denso, tranquilo. Nos aceitamos e aceitamos o outro. Todos os defeitos são desconsiderados. Todas as virtudes são reverenciados. O amor soma, nunca divide. Há amor quando nos encantamos com a maneira de fazer o café, admiramos o jeito do outro beber o café, rimos com o pão que molha no café. O amor é reconforto na hora da dor, da despedida de um ente querido, no abraço afetuoso..". Interrompi. 'Isto não é amizade?'. Desta vez, Rai só sorri. "Óh leitor de Mário Quintana, o fã do poeta, nunca leu o que ele escreveu sobre o amor e amizade?. Quintana disse Mauro: A amizade é um amor que nunca morre". Acrescentei que Caetano falou algo parecido. 'Assim como o amor está para a amizade. E quem há de negar que esta lhe é superior". Em silêncio, penso sobre o que Rai falou. Amor e paixão não são tão díspares. Por vezes, complementares.
O Grêmio de Roger e Renato é o melhor que vi. O que mais encanta. O que mais me 'prende' em casa. Quero ver sempre. Me divertir sempre. Me agrada o jeito de jogar. Não importa o resultado. Gosto de 'apreciar, vivenciar' o belo jogo. "Mauro, meu querido Mauro, o Grêmio ocupa um espaço fundamental na tua vida. Começou como paixão.  Afinal, foi a camisa, as cores, o chute do Alcindo, que balançou o travessão do Vermelhão, a história que tu gosta de contar, que te tornou gremista. Foi o sofrimento e alegria destes anos que formaram este amor eterno.', falou, já  me dando o abraço de despedida. Antes de sair de sua casa, Raí completou: "Há a loucura de trocar as coisas, o cinema, a leitura, o passeio, o namoro, por um jogo do Grêmio. Mas, não  se preocupe. Às vezes, a loucura é a grande saída para se manter saudável. Viva está loucura bendita".
Vou pela rua, cantando baixinho, a versão da torcida gremista para Despacito:Eu, deixo minha vida de lado só pra te ver. Desde que nasci  sou tricolor. E, não há distância que possa nos separar. Sempre aonde vá contigo estou. Grêmio é a minha loucura, não posso parar. E| a cada domingo eu te quero mais. Pelas tuas cores deixo a vida inteira. Oh! Vamos Grêmio, vamos ganhar'. Cantando 'isto' pela rua? Só pode ser loucura!

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Os seguidores de Moisés

 

"Nenhum juiz expulsa um jogador antes dos dez minutos do primeiro tempo".
Mandamento do zagueiro Moisés, que aproveitava este período para descer o sarrafo nos atacantes, que marcou a infância, a adolescência dos jornalistas esportivos que criticaram, como exagerada, a expulsão de Nogueira pela violenta 'tesoura' em Luan.

Mauro Pandolfi

Quatro minutos. Luan recebe a bola, gira o corpo, livra-se da marcação, parte em velocidade... Parou em Nogueira. O zagueiro do Fluminense jogou-se sobre ele. Um tesoura digna de Ted Boy Marino. A perna direita de um lado do corpo de Luan; a esquerda, de outro. Cruzaram-se na frente. Sem defesa, Luan desabou. Nogueira não tocou na bola. Nem tentou tocá-la. O objetivo era impedir a ação de Luan. Impediu! O árbitro Thiago Duarte Peixoto, certamente não conhecia o mandamento de Moisés, expulsou Nogueira. Fiquei perplexo com as reações. "O cartão amarelo era o correto. O vermelho foi um exagero", afirmou o comentarista (sic) de arbitragem Carlos Simon que 'exageradamente' apitou em Copa do Mundo. Ele refletiu a opinião da maioria dos que são pagos para dar opinião. Até os 'defensores' do jogo limpo concordaram. 'Me caiu os butiás do bolso'! Poxa! Será o meu gremismo berrando? O árbitro errou em não expulsar Kanneman pelo carrinho violento. Ufa! A minha lucidez, ainda, não virou loucura.
Moisés tinha razão. Fiquei surpreso com a influência do mandamento de Moisés sobre os jornalistas esportivos. Não sei se foi na infância ou na adolescência que a 'mensagem' ficou gravada? Só sei que ficou! "Só tentativa de homicídio justifica uma expulsão tão cedo", afirmou Mauro César Pereira. Para o comentarista da Espn, a 'função do árbitro é conduzir bem o jogo. Ele estragou a partida", justificou. Opinião partilhada por Juca Kfoury e Arnaldo Ribeiro. Ambos consideram o lance violento. Porém, a expulsão 'foi um evidente exagero', disseram. E, se fosse aos 35 minutos do segundo tempo, a análise mudaria? Não sei! Não tenho contato com eles. Sou apenas um espectador. Mas, gostaria de saber se no lugar de Luan, o 'agredido' vestisse a camisa do Flamengo, Corinthians ou Palmeiras, a sentença seria a mesma? Curiosidade!
Não liguei para os comentários das rádios cariocas. A isenção é uma fantasia na imprensa. A perplexidade aumentou no Redação Sportv. Reduziram o jogo. Para a produção do programa, a partida durou quatro minutos. Esqueça Luan e seu golaço. Do jogo bonito do Grêmio, o time que melhor trata a bola neste país. André Rizek argumentou que o 'lance é de interpretação, que foi violento, mas a expulsão exagerada pelo tempo da partida'. Felipe Andreoli tentou ser um equilibrista. Acha que o "árbitro pode estar certo, Porém, estragou o jogo. No começo, só se fosse uma cotovelada, uma voadora no pescoço". O gremista Sérgio Xavier concorda com o exagero da expulsão, também lembra 'o início da partida'. Ninguém superou Diogo Oliver. Para ele, Nogueira 'vai nitidamente na bola e foi só uma jogada temerária'. Nunca imaginei que pipoca prejudicasse a visão.
Atenção, zagueiros! Porrada está liberada. Ninguém vai te xingar (ah, depende dos adversário, tá certo?) de violento. Bata, bata muito, até os dez minutos do primeiro tempo. Quem sabe encontre um árbitro que, assim como os jornalistas esportivos, conhece o mandamento de Moisés. Nada acontecerá! Se acontecer, terá bons advogados.