"Não confie em ninguém com mais de 30 anos!"
Pichação
nos muros de Paris, em 1968, que deveria valer para o futebol
brasileiro que abusa dos sub-40 decadentes, inúteis, superados.
Mauro Pandolfi
Este
texto é politicamente incorreto. Desconfio muito do politicamente
correto. Está sempre num estreito fio entre a virtude e o moralismo. Um
pouco para cá, dignidade; um pouco para lá, carolice. Talvez os sete
leitores deste blog fiquem incomodados. Há, quem sabe, dependendo do
olhar de cada leitor, preconceito explícito no que escreverei. Os
velhos, os sub-40, os veteranos, os 'experientes' são os responsáveis
pelo péssimo futebol jogado neste país. Ocupam lugar de jovens
promissores, deixam lentos os seus times, passeiam a indolência no
gramado e recebem polpudos salários. Não sei há exceção nesta regra. O
Figueirense é a melhor representação desta regra. Está lotado de
medalhões decadentes, de sub-medalhões e de veteranos de carreiras
inexpressivas. Só um milagre, chamado Guarani treinado por Lisca, um
Argel fake, o salva da série C. Como diria aquele outro da tevê: 'haja
coração!'
Cheguei
em casa, liguei a tevê na hora da escalação. Não vi a do Londrina. A do
Figueirense ocupava a tela. Marquinhos, Ferreira e Leandro Almeida
ocupam uma faixa do campo. Me caiu os butiás do bolso! Perplexo, não
prestei a atenção no resto do time. Todo técnico medíocre, incapaz de
armar um sólido sistema defensivo, apela para os três zagueiros. O
incompetente esquece que esta linha precisa de jogadores móveis, hábeis e
velozes. Os três colocados por Milton Cruz são o oposto. Quebradores de
bolas, vagarosos, rebatedores. Não precisou de muito tempo para o
Londrina marcar o seu gol, no meio dos três zagueiros. O autor foi
Carlos Henrique. Ele e Pottker foram desprezados, desvalorizados,
dispensados do Scarpelli. Ah, fico impressionado com Marquinhos. Sempre que o
Figueirense se encontra encalacrado, meio sem saída, ele se machuca. Ô
sujeito azarado!
Quem
saiu do time para a 'surpresa' tática de Cruz foi Renan Mota. Autor do
segundo gol contra o Santa Cruz. O mais rápido do meio-campo. Milton
Cruz adora um 'craque fantasma'. Escalou três. Não sei se foi pelo
passado, pelo bom comportamento ou por indicação de alguém. Mas, apostar
em Marco Antônio na armação; Zé Antônio como volante e Jorge Henrique
na transição ofensiva, é não querer vencer, chamar a derrota, arrumar
desculpa na hora da entrevista. Marco Antônio está apto para o futebol
americano. Parece um 'kicker', Bate todas as bolas paradas. Faltas e
escanteios. Nenhuma levou perigo ao gol. Zé Antônio foi o de sempre.
Fora do lugar, atrasado, passes errados e um cartão amarelo. Já, Jorge
Henrique correu, correu, correu...
Não
há nada a dizer de Zé Love. Um lance o explica. Lançado pela esquerda,
tentou livrar-se do zagueiro, preparou-se para o cruzamento, confundiu
os pés, a bola escapou e ele caiu. Milton Cruz está perdido.Cada jogo um time, cada entrevista, uma justificativa diferente. Às vezes, aposta nos jovens. Em seguida, nos cascudos.
Fica parado, mão no queixo, olha para o céu, procura uma solução. Não há
Telê Santana ou Muricy Ramalho para orientá-lo. Tem de pensar por conta
própria. parece que isto o atrapalha. No entanto, não é responsável por
tudo. É apenas o pior treinador da temporada que teve Marquinhos Santos
e Marcelo Cabo. Poupo Márcio Goiano pelo passado de beque e capitão.
O
Figueirense de hoje é uma construção de anos. De falta de planejamento,
de boçalidade, de incompetência, de, como chama Chiko Kuneski,
entreposto comercial, de parcerias duvidosas, onde o francês Alex
Borgeouis já pegou a sua baguete, colocou embaixo do braço, chamou um
táxi, foi em busca de um outro trou..., quer dizer, parceiro. Ainda não
acabou tudo. O Figueirense corre o risco de uma volta no túnel do tempo.
Ir parar lá pelos anos 90. Será triste!
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