quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Ainda não acabou!



"Não confie em ninguém com mais de 30 anos!"
Pichação nos muros de Paris, em 1968, que deveria valer para o futebol brasileiro que abusa dos sub-40 decadentes, inúteis, superados.

Mauro Pandolfi

Este texto é politicamente incorreto. Desconfio muito do politicamente correto. Está sempre num estreito fio entre a virtude e o moralismo. Um pouco para cá, dignidade; um pouco para lá, carolice. Talvez os sete leitores deste blog fiquem incomodados. Há, quem sabe, dependendo do olhar de cada leitor, preconceito explícito no que escreverei. Os velhos, os sub-40, os veteranos, os 'experientes' são os responsáveis pelo péssimo futebol jogado neste país. Ocupam lugar de jovens promissores, deixam lentos os seus times, passeiam a indolência no gramado e recebem polpudos salários. Não sei há exceção nesta regra. O Figueirense é a melhor representação desta regra. Está lotado de medalhões decadentes, de sub-medalhões e de veteranos de carreiras inexpressivas. Só um milagre, chamado Guarani treinado por Lisca, um Argel fake, o salva da série C. Como diria aquele outro da tevê: 'haja coração!'
Cheguei em casa, liguei a tevê na hora da escalação. Não vi a do Londrina. A do Figueirense ocupava a tela. Marquinhos, Ferreira e Leandro Almeida ocupam uma faixa do campo. Me caiu os butiás do bolso! Perplexo, não prestei a atenção no resto do time. Todo técnico medíocre, incapaz de armar um sólido sistema defensivo, apela para os três zagueiros. O incompetente esquece que esta linha precisa de jogadores móveis, hábeis e velozes. Os três colocados por Milton Cruz são o oposto. Quebradores de bolas, vagarosos, rebatedores. Não precisou de muito tempo para o Londrina marcar o seu gol, no meio dos três zagueiros. O autor foi Carlos Henrique. Ele e Pottker foram desprezados, desvalorizados, dispensados do Scarpelli. Ah, fico impressionado com Marquinhos. Sempre que o Figueirense se encontra encalacrado, meio sem saída, ele se machuca. Ô sujeito azarado!
Quem saiu do time para a 'surpresa' tática de Cruz foi Renan Mota. Autor do segundo gol contra o Santa Cruz. O mais rápido do meio-campo. Milton Cruz adora um 'craque fantasma'. Escalou três. Não sei se foi pelo passado, pelo bom comportamento ou por indicação de alguém. Mas, apostar em Marco Antônio na armação; Zé Antônio como volante e Jorge Henrique na transição ofensiva, é não querer vencer, chamar a derrota, arrumar desculpa na hora da entrevista. Marco Antônio está apto para o futebol americano. Parece um 'kicker',  Bate todas as bolas paradas. Faltas e escanteios. Nenhuma levou perigo ao gol. Zé Antônio foi o de sempre. Fora do lugar, atrasado, passes errados e um cartão amarelo. Já, Jorge Henrique correu, correu, correu...
Não há nada a dizer de Zé Love. Um lance o explica. Lançado pela esquerda, tentou livrar-se do zagueiro, preparou-se para o cruzamento, confundiu os pés, a bola escapou e ele caiu. Milton Cruz está perdido.Cada jogo um time, cada entrevista, uma justificativa diferente. Às vezes, aposta nos jovens. Em seguida, nos cascudos. Fica parado, mão no queixo, olha para o céu, procura uma solução. Não há Telê Santana ou Muricy Ramalho para orientá-lo. Tem de pensar por conta própria. parece que isto o atrapalha. No entanto, não é responsável por tudo. É apenas o pior treinador da temporada que teve Marquinhos Santos e Marcelo Cabo. Poupo Márcio Goiano pelo passado de beque e capitão.
 O Figueirense de hoje é uma construção de anos. De falta de planejamento, de boçalidade, de incompetência, de, como chama Chiko Kuneski, entreposto comercial, de parcerias duvidosas, onde o francês Alex Borgeouis já pegou a sua  baguete, colocou embaixo do braço, chamou um táxi, foi em busca de um outro trou..., quer dizer, parceiro. Ainda não acabou tudo. O Figueirense corre o risco de uma volta no túnel do tempo. Ir parar lá pelos anos 90. Será triste!

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