Mauro Pandolfi
Vou
levar porrada! Meus ouvidos resistirão as vaias. Os comentários
contrários serão, irônicos, abusados, lúcidos. Não serei ofendido.
Afinal, poucos leem os textos postados. Confio na elegância, na
delicadeza e na inteligência dos seis leitores. Vamos lá, então! Há uma
ótima perspectiva de um time forte, sólido na seleção brasileira. Mesmos
com os resultados adversos, com o eterno 7 a 1 tatuado na alma,
acredito na formação, criação de uma boa equipe. Não há uma contradição
em textos anteriores. A seleção brasileira acabou! Terminou nas
'tragédias' do futebol. Ser eliminado pelo Peru, na primeira fase desta
insignificante Copa América é o retrato perfeito.
Anacrônico, obsoleto e todos os sinônimos destes adjetivos. É na
'desgraça', no fundo do poço, que se ressurge. Não há outro caminho para
o
futebol brasileiro. Ou, é agora. Ou só na ausência da copa de 2018. Em
algum momento, o futebol renascerá.
A
seleção brasileira acabou! O imaginário terminou. As temidas 'camisas
amarelas', tão cultuadas, são só mitos. E, os mitos não existem mais.
Nem como 'walking dead'. É preciso forjar o novo. A concepção de um time
a partir de individualidades terminou. É do coletivo que forma uma
equipe. Depois, as individualidades dão a sua marca. Não entendemos
ainda. Procuramos os 'craques'. Eles nos salvarão. Sempre foi assim. O
tempo é cruel. A globalização, a competitividade, as transformações do
jogo, terminaram com a saída brasileira. O que é necessário para
entendermos, aceitarmos isto? Ficar fora da Copa? Quem morreu, também,
foi o futebol no Brasil. O líder do campeonato é o Inter., treinado por
Argel. Precisa dizer mais alguma coisa? Os times, daqui, desaprenderam a
jogar no campo adversário. ficam presos no seu, esperando uma brecha,
um espaço, um engano, um erro, para buscar o ataque.
Dunga
é o treinador exato deste momento. De 2010 para cá, o que fez? Estudou,
fez cursos, dirigiu algum time, se atualizou? O único time que treinou
foi o Inter. Trabalho medíocre. Revelou uma imensa incapacidade tática,
de análise, de formação. Mas, foi premiado com o cargo. É o jeitinho
brasileiro que a Lava jato promete exterminar. Em dois anos, desde o 7 a
1, Dunga não teve convicção. Começou tentando ter posse de bola. Virou
campeão mundial de amistoso. No fracasso na Copa América, de 2015, mudou
o sistema. Nas eliminatórias, o Brasil não propõe o jogo. Espera. O
resultado é o sexto lugar. Agora, 'modernizou' o time. Flutuar, como as
grandes equipes, sem especialistas, movediço. A derrota para o Peru foi
triste. Nada fez para evitá-la. Acho que não entendeu o que 'pediu' aos
jogadores. É uma boa ideia que vai para o espaço. Uma pena. Tomara que
Tite, ou outro treinador, comece o trabalho com o time eliminado. Tem
tudo para ser uma ótima equipe.
A
'safra' é boa. Ótimos, jovens e talentosos. 0 7 a 1, o desespero, a
angústia dos velhos jornalistas, os oportunistas de microfone e teclado,
os mitológicos, querem os antigos craques como referências e patrocinam
a caça as bruxas.. Cadê os antigos 'craques'? Como negar o talento
destes jogadores? Campeões em seus clubes, escolhidos para as seleções
das competições (Douglas Costa foi eleito o melhor do campeonato
alemão), são disputados pela grandes equipes. O problema é outro, como
disse Douglas Costa, em entrevista ao Zero Hora: 'perto do futebol
europeu, o brasileiro parece outro esporte'.
A
preparação do jogo é arcaica. O jeito de jogar ficou no século passado.
Os assoberbados treinadores não apresentam nada de novo. É sempre o
surrado jogo de uma bola, do pontinho fora, da defesa extremada, dos
volantes na frente da área, dos especialistas. O antigo futebol
brasileiro foi moldado por treinadores estrangeiros. Nicolas Ladanyi,
Dori Kruschner e Béla Gutman inventaram o jeito brasileiro de jogar.
Organizaram, sistematizaram, uniram a individualidade ao coletivo. Que
tal um estrangeiro? Guardiola seria a redenção. Antes, é fundamental
'explodir' a cbf, criar uma liga, e deixar a seleção independente de
tudo. Enquanto o comando do futebol brasileiro for de quadrilheiros,
ladrões, gângsteres nos clubes e federações, 'renascer' será apenas uma
novela
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