sexta-feira, 3 de junho de 2016

Os broxantes

Chiko Kuneski

Gol. O êxtase. Até mesmo os onanistas do passe, do toque, do movimento, do drible (e nesse caso me incluo), do futebol bem jogado anseiam o gozo da bola rompendo as redes.

Conceitua-se o zero a zero. Jogo bem jogado. Um empate melhor que muitas goleadas, dizem alguns. Sublimação pela falta do prazer final. Do gozo supremo. Do rouco grito quem vem da garganta. Êxtase. Grito. Tesão ao extremo.

Um desejo objetivo do torcedor. Deveria ser sempre do jogador. Talvez, até o seja. Mas, entre um e outro, os desejos tem uma muro: os treinadores. Os empata jogo, empata esquema, empata tesão. Os que dizem que um ponto é melhor que o meio a zero. Mas o gol não tem fração. O futebol não tem fração. É de número inteiro.


O treinador fracionário faz seu time jogar horizontalmente. Falta-lhe a visão vertical do retângulo. Incisiva. Aguda. Perfurante. Cria os movimentos lateralmente perfeitos, mas sem o tesão da meta final. Broxam o grito do gozo do gol.

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