Mauro Pandolfi
A
seleção brasileira acabou! Não existe mais!. Apenas um 'walking dead'
de amarelo jogando com o seu nome. Não há mais o futebol imaginário do
Brasil. Aquele do jogo envolvente, tocado, bailado, cantado em verso e
prosa, lamento dizer, nunca existiu. Talvez, no tempo de Pelé e
Garrincha, o real foi quase igual ao imaginário. O último respiro foi o a
mágica seleção de Telê, Zico, Sócrates, Falcão. Nem o real de 2002 de
Ronaldo e Rivaldo sobrevive mais. A fúria, a organização e a apurada
técnica da dupla faz parte de um passado. Que por encanto deste país, em
que o passado é sempre presente, passou! Não deixou vestígios.
A
seleção brasileira acabou! Vi pouco mais do que 15 minutos no jogo de
sábado. Dormi! No
domingo, procurei saber como jogou a seleção. Dos meus conhecidos,
ninguém viu. 'Dormi, vi um filme, saí, namorei'. Foram as explicações.
Nos jornais, nada. Afinal, jornal de domingo circula no sábado. Nos
sites, o frango de Alisson, que virou gol anulado, era o assunto. Nos
blogs, nada. Preferi ver Figueirense e América ao teipe da seleção. Um
horror! Sonolento, arrastado, chato. Acho que foi igual ao jogo da
seleção
O
7 a 1 aniquilou o futebol brasileiro. Destruiu conceitualmente o jogo.
Nem migalhas sobraram. Nada foi feito. Nem criaram uma comissão para
estudar mudanças. Os cartolas continuam os mesmos. Nem o avassalador
'machado' que cortou cabeças coroadas da fifa chegou aqui. O jeito de
jogar é o mesmo. Os anos 90 são invencíveis. Como diz um conhecido
corneta da internet (o RW) jogamos o futebol 'Telefunken'. Ultrapassado,
anacrônico, obsoleto. Discutem se devemos jogar com dois ou três
volantes, um dez clássico e um centroavante aipim. Exatamente igual ao
tempo do Monza. O passado, é mesmo, eterno.
Só
o futebol acabou? E, o país? Há tudo para ser feito no Brasil. Saúde,
educação, igualdade social, de gênero. Nada, ou quase nada, foi feito.
No entanto, tudo parece ruínas. O Brasil vive o seu melhor momento na
história. A Lava Jato pode exterminar as velhas oligarquias políticas de
Sarney, Bornhausen, Jucá e Calheiros. Também, acabar com as novas de
tucanos e petistas. Reinventar um país. Será uma revolução. Pena que não
acredito em mais em revoluções.
Li
que 200 funcionários estão a disposição de Dilma Roussef. Vão de
assessores, segurança, secretários a garçons. Duzentos! Dilma Roussef é
uma presidente afastada ou uma rainha no exílio?. Como os 'defensores'
dos pobres adoram uma mordomia. Vivemos uma república ou monarquia? Se o
Temer cair, serão mais duzentos para ele? E, o próximo, caindo também,
mais 200? Não sei não, do jeito que se comportam os presidentes do
Brasil, o governo vai acabar caindo no colo do jardineiro do Planalto.
'Muito Além do Jardim' é um filme espetacular dos anos 80. O jardineiro
parecia um 'sábio'. Será que o do planalto também não é?
Não
sei se é devaneio. As últimas novelas da Globo estão traçando um painel
do Brasil. A irregular 'A Regra do Jogo" mostrou o Brasil de hoje. O
crime organizado no poder, ou próximo dele. A exuberante 'Velho Chico'
relata como se formam os coronéis e os últimos suspiros da espécie. A
esperançosa 'Liberdade, Liberdade' retrata um sonho de independência.
Como seria o Brasil se a Inconfidência Mineira tivesse vingado? Um
Estados Unidos? A república veio mais de 100 anos depois. Interessante,
este mosaico de Brasil. Será que estou certo na observação? Ou é apenas
um delírio de um analfabeto midiático assumido?
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