Chiko Kuneski
Dois episódios,
teoricamente isolados, mas com um ponto básico em comum, o avião. Em queda de
aviões há mortes. Raramente sobreviventes. Mas sempre especulações
jornalísticas. São inevitáveis. Explicações técnicas. Duvidosas. Comoções de
expectadores. Esperadas. O Brasil é um país movido a comoções.
O jornalismo é quem as
faz. Os jornalistas sabem melhor do que todos isso. “Bad News, good News”, a
máxima que não importa o tempo ou a mídia é repetida incansavelmente, sem ser
dita. A tragédia tem que durar. No jargão tem que ter “suíte”. Tem que render.
A má notícia tem que ser uma boa notícia por dias, semanas ou até meses para
ser para o jornalismo e seu sensacionalismo.
Dois acidentes de
avião. Pessoas morrem. Famílias ficam. Comoções a serem exploradas ao máximo.
Em comum a morte de todo um time da Chapecoense, de vários jornalistas e até do,
que parecia infindável, presidente da Federação Catarinense de Futebol, de um
lado da notícia e de outro catarinense que era peça chave da operação Lava Jato
no Supremo Tribunal Federal.
A morte de todo o time
da Chapecoense ficou rentável para o noticiário e para os veículos de
comunicação. Todos os eventos esportivos depois da tragédia exploraram a exaustão
o acidente e a tragédia. Meses de suítes. As televisões vão ganhar muito com os
direitos de transmissão dos jogos beneficentes para a “Família Chapê”,
incluindo amistoso da seleção brasileira com a da Colômbia.
O mundo se comoveu. A
dor da hipocrisia universal movida pela mídia. Já a Lava Jato, que pode ter
sucumbido de hélice, provavelmente vai submergir.
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