Chiko Kuneski
A contínua exploração da fé pelos jogadores de futebol, suas
declarações , exaltação do nome “do senhor” sempre do seu lado faz parecer que
deus deixou de ser brasileiro para ser de um só brasileiro, no caso aquele
atleta. Já tornou-se costumeiro goleiros ajoelhados com os dedos para o alto
como dois pára-raios celestes captando a proteção divina. Agem como se o gol, a
fonte maior da alegria e delírio do futebol, que estão lá para evitar, seja
algo diabolicamente ruim.
Isso sem falar nas entrevistas depois ou nos intervalos dos jogos. “Deus nos deu a missão e estamos aqui para honrá-la”. “Graças a deus nosso time venceu”. Ou: “ganhamos porque o senhor está do nosso lado”. Ou ainda: “o gol foi obra de deus”. Mas então, deus está escolhendo determinados jogadores? Fica, desposticamente, torcendo por esse ou aquele time? Premia somente os atletas ungidos que pregam a necessidade da fé nele em atos, palavras, mensagens?
Estão se tornando cada vez mais comuns as expressões: deus ganhou... deus guiou meu chute... deus está sempre do nosso lado...
E do lado dos adversários quem se coloca, o diabo? Perde-se ou
ganha-se um jogo humano por interferência de forças divinas? Nelson Rodrigues
teria razão e existe realmente um “sobrenatural de Almeida” que baixa nos
campos de futebol para decidir os resultados? E na sua melhor forma, como deus?
Tenho que confessar uma paixão até cega por futebol, sempre a tive. E até por força dessa paixão penso que deus, se realmente existir, se diverte com esse jogo dos homens e com seus 22 atores como meros jogadores de pebolim, sem, contudo manipulá-los, deixando que a bola decida por seus destinos.
Tenho que confessar uma paixão até cega por futebol, sempre a tive. E até por força dessa paixão penso que deus, se realmente existir, se diverte com esse jogo dos homens e com seus 22 atores como meros jogadores de pebolim, sem, contudo manipulá-los, deixando que a bola decida por seus destinos.
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