sábado, 14 de março de 2015

Cores, futebol e paixões

Chiko Kuneski

As cores. As cores são as verdadeiras paixões do futebol. Antes de entenderem a dinâmica dos times que torcem os meninos amam suas cores. Os que transformaram a paixão no amor nunca trairão essas cores, que rejuvenescem as lembranças instintivas, mesmo que as camisas mudem pelo desejo dos patrocinadores e sua necessidade, lógica, de mercado.

As cores do time são como as dos olhos da primeira namoradinha que, ainda púbere, pegou na mão. A primeira paixão; ou o único amor.

Mesmo que o time deixe de existir e uma nova paixão tenha que ser buscada, as cores não são traídas. Na necessidade, busca-se o amor em outro manto, mas nunca num que tenha as cores antagônicas. Seria traição demais.

Vibrar por um novo time não é esquecer a velha paixão. É, ao contrário, buscar recriá-la. Ressuscitá-la. Fazê-la ganhar vida imaginária. Os nomes, os escudos, os desenhos das camisas podem mudar; mas as cores nunca. Nunca e jamais para cores que lembrem as dos rivais.


Troca-se, por necessidade, até de escudo; mas a cor do sagrado manto do primeiro amor é uma traição impensada. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário