Chiko
Kuneski
O
futebol é disputado por pessoas, com suas idiossincrasias, seus egos, às vezes
incontroláveis. Tem jogador que não gosta de perder; mas há o que pouco se
importam. Perder é um dos três resultados possíveis. Existe também o jogador
que não sabe perder. Esse tem o ego maior que o futebol que acha que joga.
Fred,
atacante do Fluminense, é um deles. Não perde por um jogo ruim, seu ou do time,
por “uma jornada infeliz”, como diziam os antigos comentaristas esportivos. Perde
por nervos. Não admite um zagueiro marcador, a sombra que anula, que o impede de jogar.
Fred provoca. Irrita-se e irrita. Tenta levar para seu destempero quem o
destempera.
Mesmo
depois do resultado consumado pelo apito final prorroga seu jogo pessoal contra
o marcador em gestos, palavras e provocações. Tenta descontar a ineficiência
dos gols perdidos, dele e do time, numa prorrogação de destempero absoluto. Continua
brigando com a sombra que o assombra.
Assim
agiu no Maracanã no final da partida quando o Vasco venceu o Fluminense.
Destemperou-se. Irritou-se. Foi provocador e grosseiro. Depois do apito final
tentou brigar com o zagueiro adversário, implacável marcador e silenciador do
pé artilheiro. Na saída, foi grosseiro e usou o seu sarcasmo de quem não sabe
perder com o repórter esportivo, que, como ele, fazia seu trabalho e que ele
procura sorridente nas vitórias. (ver vídeo).
Horas
antes do jogo o Fluminense fez uma grande festa para apresentar Ronaldinho
Gaúcho, sua mais nova e cara contratação. Chega para ser o novo ídolo tricolor.
Fred não estava revoltado com sua incompetência de hoje de não ter marcado. Com
a competência do zagueiro marcador. Nem com o repórter.
Estava
nervoso e bem irritado porque corre o risco de perder seu posto de ídolo do
Fluminense. Como já mostrou nos destemperos da Copa, não gosta da sombra. Fred
não sabe perder.
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