Chiko Kuneski
O Bayern de Munique garantiu um inédito tetra
campeonato alemão, os últimos três com Pepe Guardiola. Mais uma vez o técnico
catalão demostra que é possível jogar bom futebol, tático, técnico,
inteligente, e ser campeão.
No meio da semana esse futebol “arte” de Guardiola
foi questionado pela retranca do jogo não jogado, do jogo marcado, do jogo de
roleta. Simeone apostou em linhas bélicas (logo contra um time alemão) no
embate da Champions League. Perdeu. Em tudo que se refere a quem admira o
futebol bem jogado. Venceu no resultado. Mas manchetes ficam para a história;
as lembranças somente para quem a viu parte da história.
Todos os números, analisados friamente, dariam um
sucesso estrondoso de Guardiola contra Simeone. Mas o futebol não é numérico.
Não é basquete. Não é vôlei. Futebol é futebol. A torcida quer somente
conquistas. O apaixonado gosta do espetáculo. Do criativo. Do movimento. Da poesia das chuteiras aladas. Ou do teatro
de grama, como magnificamente define Mauro Pandolfi a encenação do futebol.
Depois de Telê, o estrategista, nunca mais tivemos
um técnico que gosta de ver e mostrar bom futebol no Brasil. Sua seleção perdeu
e com essa derrota criamos uma escola de treinadores que apenas se preocupam
com o como vencer. Dizem que somente os gênios compreendem gênios. Acredito.
Gruardiola quer vencer, claro, mas não ao custe o
que custar. Apresenta movimentação, passes e usa o drible do craque no espaço
reservado ao craque. Sabe que o drible sempre muda um jogo, entende isso. Mas
para ter o drible é preciso ter a bola. Esse é Guardiola. Meu Telê Santana do
século XXI.
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