Chiko Kuneski
“ O desconforto tem que vir com vômito
Seja líquido; seja verborrágico
O nojo nos torna biliar
Manda o cérebro não pensar
Dá o comando ao fígado”
Começo essa crônica com
parte de um poema pela náusea que me vem das entranhas. Estranha. Nojo. Nunca pensei
em sentir nojo de ver futebol. Mas até isso conseguiram. Me marearam no balanço
do roubou descarado da maré que faz a marola ao seu prazer. Venceram meu
estômago futebolístico. Balançaram minha capacidade crítica que desceu às vísceras
e tornou-se liquefeita e visceral.
Mas quem mudou tanto o
mar da paixão futebolística que trago desde criança? Os árbitros. Os togados de
apito e bandeira. Os que mudam jogos. Mudam resultados. Mudam vidas. Mudam
sonhos.
Nunca pensei em
escrever isso, mas me sinto com nojo do futebol brasileiro e seus juízes desatinados,
para dizer pouco. Acho que são verdadeiros ladrões. Roubam desatinadamente
tanto, que nos lesam até a paixão.
Apagam o racional. Nos
levam ao visceral. Ao biliar amargo. Parecem espelharem-se na corrupção dos
políticos e tudo mudam ao seu critério. Sem critérios. Sem conceitos. A não ser
o que deve ser feito pelo encomendado. Ao seu proveito.
Foi-me o tempo de dar
crédito ao descrédito e justificá-lo pela incompetência. Foi-me o tempo. É
logro. É enganação. É roubo institucionalizado. A ninguém deve ser dado o
direito de tantos erros, seguidos, repetidos, desmedidos, com a desculpa de
falha humana. É falha de caráter.
Nós, torcedores, somos,
rodada após rodada, vilipendiados, enganados, roubados e usurpados do sonho do
prazer de torcer pelo time, pelo clube, pelo futebol. Os árbitros se graduaram
no logro, no roubo, no proveito que lhes convém. Levam-nos a cada jogo, a cada rodada,
a cada semana a magia, a fantasia, o desejo, o ensejo do bom futebol.
Estou com nojo.
Enjoado. Nauseado. E a bílis comanda meu cérebro. Só me restou esse vômito.
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