Chiko Kuneski
Talvez... Escrevi isso,
talvez, o Brasil esteja voltando a respirar um ar mais puro do “estado de
direito”, de fato, de todo cidadão. Antes que os leitores fiquem de cabelos arrepiados,
olhos esbugalhados e fígado no lugar do cérebro, deixo claro que estou falando
de futebol, nossa paixão nacional.
A boa nova vem do rubro
negro. O Sport Recife obteve uma vitória para todos os torcedores brasileiros conseguindo
na Justiça a proibição de acesso dos participantes da Torcida Jovem, uma das
suas principais e mais violentas organizadas, a todos os jogos do time (sejam
oficiais ou amistosos). A medida da Vara da Fazenda de Pernambuco bane a
torcida organizada até dos treinos.
Vejo o começo da
derrubada do tenebroso muro que construíram as violentas (sim violentas)
torcidas organizadas no Brasil. Viraram gangues, com a participação de
marginais e até braços eleitorais de dirigentes inescrupulosos que acabam como
políticos, a maioria envolvida em “tenebrosas transações”. Dão suporte extracampo
para dirigentes corruptos e deles têm toda a cobertura.
Os componentes das
torcidas organizadas não são torcedores. São individualmente covardes que saem
dos seus armários de mediocridade e se enchem de bravura bravateira nas sombras
das hordas. Viram marginais, violentos, sanguinários. Marcam confrontos de
verdadeiras guerras campais modernas pelas redes sociais, aproveitando o pseudoanonimato.
Agridem pessoas e instituições
gratuitamente. Intimidam o torcedor lúdico, apaixonado pelo seu time e, acima
de tudo, por futebol. Afastam as pessoas de bem dos campos. Prejudicam a tudo e
a todos. Especialmente os times que dizem torcer.
A diretoria do Sport
Recife percebeu que chegamos a tal ponto no Brasil que: ou o futebol se
organiza e acaba com as torcidas organizadas; ou a organização desses torcidas destruirá
o futebol.
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