Mauro Pandolfi
Qual
é o gol mais bonito do futebol? Aquele que vem pelo drible? Passa por
um, desvia de outro, ultrapassa dois e na cara do goleiro, fuzila! Ou,
encobre com um toque de afeto. É uma boa escolha. Há o que sai feito uma
bomba, de um voleio e explode na rede, que estufa feito um véu de
noiva. Tem quem prefira a falta. Chute em curva, começa baixa, sobe e
desce traiçoeira, deslizando macia dentro do gol. Golaço! Eu gosto da
tabela, do jogo partilhado, dividido, de uma ideia coletiva, pensada
numa planilha, testada, executada com maestria. Revela o craque e o
pensador. Bato palmas! Lionel Messi marcou todos estes gols declamados.
Foram em jogos fáceis, decisivos, derrotas dramáticas. Gols perpetuados
na memória, nos arquivos de tevês, de fãs ou na magia do youtube. Todos
os 500 estão lá. Messi é o jogador mais visível da história.
Agonia
e êxtase, no futebol, se encontram num drible, num chutão ou num gol.
Uma linha tênue separa a glória do declínio. O Barcelona entendeu a
crueldade da bola. Do esquadrão de arte, do melhor do século ao comum
bastou quatro jogos, quatro derrotas, e os títulos escapando de seus pés
mágicos. Messi, Neymar e Suarez tornaram-se fantasma das grandes
jornadas. Como é injusto o futebol. O futebol? A vida sempre foi
injusta, desde o tempo em que o homem percebeu que era possível brincar
com aquele objeto redondo.
Messi
afundou em busca do gol 500. Tentou, batalhou, fustigou em quatro
jogos, nas quatro derrotas, até que marcou. Um lance bem simples,
trivial.,comum. Lionel Messi é o mais fantástico jogador deste século.
Antes dos apupos, leiam bem! Escrevi deste século!. Mas, prefiro dizer:
melhor de todos os tempos.
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