quarta-feira, 20 de abril de 2016

500



Mauro Pandolfi

Qual é o gol mais bonito do futebol? Aquele que vem pelo drible? Passa por um, desvia de outro, ultrapassa dois e na cara do goleiro, fuzila! Ou, encobre com um toque de afeto. É uma boa escolha. Há o que sai feito uma bomba, de um voleio e explode na rede, que estufa feito um véu de noiva. Tem quem prefira a falta. Chute em curva, começa baixa, sobe e desce traiçoeira, deslizando macia dentro do gol. Golaço! Eu gosto da tabela, do jogo partilhado, dividido, de uma ideia coletiva, pensada numa planilha, testada, executada com maestria. Revela o craque e o pensador. Bato palmas! Lionel Messi marcou todos estes gols declamados. Foram em jogos fáceis, decisivos, derrotas dramáticas. Gols perpetuados na memória, nos arquivos de tevês, de fãs ou na magia do youtube. Todos os 500 estão lá. Messi é o jogador mais visível da história.
Agonia e êxtase, no futebol, se encontram num drible, num chutão ou num gol. Uma linha tênue separa a glória do declínio. O Barcelona entendeu a crueldade da bola. Do esquadrão de arte, do melhor do século ao comum bastou quatro jogos, quatro derrotas, e os títulos escapando de seus pés mágicos. Messi, Neymar e Suarez tornaram-se fantasma das grandes jornadas. Como é injusto o futebol. O futebol? A vida sempre foi injusta, desde o tempo em que o homem percebeu que era possível brincar com aquele objeto redondo.
Messi afundou em busca do gol 500. Tentou, batalhou, fustigou em quatro jogos, nas quatro derrotas,  até que marcou. Um lance bem simples, trivial.,comum. Lionel Messi é o mais fantástico jogador deste século. Antes dos apupos, leiam bem! Escrevi deste século!. Mas, prefiro dizer: melhor de todos os tempos.

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