sexta-feira, 22 de abril de 2016

Memórias do campeão

O Crônicas por tubo cresceu. Cresceu em conhecimento. Em sabedoria. Em qualidade de texto.
O Mosqueteiro Paulinho Scarduelli embarcou de florete futebolístico em punho.
Quem soma;  divide inteligências, capacidades e boa leitura.

Paulinho Scarduelli



Tem cenas que ficarão pra sempre gravadas na memória. Uma delas foi durante minha trajetória profissional como setorista do Avaí, na segunda metade dos anos 80. 

O Leão já tinha a Ressacada e lá estava eu, ao lado do campo, acompanhando mais um treino (ou jogo, não lembro direito). Estava atrás da trave e, no meio do campo, a jogada era disputada. Eu vi 
Flavio Roberto acalmando a bola elegantemente. Não havia nenhum marcador por perto. Sua intenção era mudar a jogada para o outro lado do campo. Ele vira o corpo. Mas as travas da chuteira não permitem que o pé acompanhe o movimento. O joelho torce e Flávio Roberto tomba, contorcendo em dores. Silêncio entre todos: jogadores, massagista, setoristas. Flávio Roberto deixa o campo abraçado pelo massagista Pereirinha.

Alguns dias depois vem a confirmação: o ligamento do joelho foi rompido e Flavio Roberto precisar sofrer cirurgia. Não tínhamos na época a medicina esportiva tão desenvolvida e aquele tombo acabou abreviando a carreira do meia responsável por um dos gols mais bonitos da Ressacada: de bicicleta. Flávio Roberto voltou a jogar depois disso, mas não era mais o mesmo.
Mais do que jogador, Flávio Roberto já demonstrava uma sabedoria e conhecimento ímpar entre os boleiros. Por isso, trocou o campo e se deu bem também no mundo dos negócios.
Hoje, novamente no Avaí, empresta seu conhecimento para formar novas gerações de Flávios Robertos na Ressacada.

Nunca contei essa história desta forma. Mas ela ficou todo esse tempo guardada na memória. Contei hoje porque ele está de aniversário. E achei que ele fosse gostar desse cartão.
Parabéns, Flávio Roberto, campeão catarinense de 1988!

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