segunda-feira, 29 de junho de 2015

Viroses e o enjoo nacional

Chiko Kuneski

Claro que a tentativa de comando do técnico Dunga não é a responsável pelo fracasso da Seleção. Qualifico de tentativa o que nunca foi de falto. A responsabilidade é da tentativa. Ou a insistência. Quem manda e desmanda no futebol nacional, pensa que governa; e desgoverna.

Qualquer semelhança com o país não é mera consciência. Mas, coincidentemente, desde 2014, apenas vivemos de tentativas e fracassos. A virose dos jogadores não foi adquirida no Chile; foi exportada. Estava na bagagem dos estádios superfaturados erguidos para a “Copa das Copas”, símbolo de uma megalomania desconstruída pela realidade. Foi no rastro dos desvios do dinheiro não declarado, do logro.

A virose da Seleção é o caixa 2 das instituições nacionais. É o micro-organismo silencioso que corrompe tudo e apenas se manifesta no vômito. Dunga, a Seleção, os dirigentes esportivos, os governos e os políticos enjoaram a tal ponto o estômago autofágico da compreensão dos brasileiros que estamos vomitando.

Logo esse vômito se tornará compulsivo. O problema de quem vomita é que espera que ciclo da virose, diagnosticada por charlatões, acabe rápido, mas nem sempre o remédio funciona. O enjoo nacional tende a ser longo.


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