Chiko Kuneski
Como
aconteceu no governo do país, que não entendeu os recados internacionais e a
necessidade de se modernizar e tratar a “coisa” pública com respeito e
seriedade, o futebol nacional não consegue ler o recado do mundo contra a
corrupção, o descaminho e o desmando. A CBF finge que tirar o nome de Marin da
fachada de sua sede apaga o rastro da corrupção que envolve a entidade há
décadas. Mudam a fachada, mas as colunas incendiadas estão ruindo.
Como
Dilma, Del Nero (esse nome me lembra um louco personalista que pôs fogo em
Roma) expõe sua esquizofrenia defendendo o ex-presidente preso na Suíça por
corrupção ao mesmo tempo em que apresenta um arremedo de mudanças democráticas
na CBF querendo desvincular-se desse passado. É uma esquizofrenia proposital.
O
atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol mandou tirar o nome de
Marin da fachada para mostrar distanciamento da corrupção. Mas, concomitantemente,
defendeu o antecessor para também defender-se. Só um “espírito de poliana”
acredita que ele não está envolvido nas corrupções da CBF, da Copa e, por
conseqüência, do governo que promoveu o evento.
No
movimento contrário, tenta desligar-se do passado e apresenta uma “fórmula
mágica” para moralizar a entidade, trazendo ao reboque os presidentes das
federações, não menos corruptos, e o dirigente dos clubes.
Para
assegurar seu mandato até 2019 e uma, lógica, reeleição, Marco Pólo Del Nero
apresenta seu “plano de concessões”, divulgado por seus “ministros” em coletiva,
tentando acalmar a iniciativa privada dos clubes. Busca sepultar a iniciativa
das ligas, dividindo, oferecendo poderes.
A
proposta do presidente da CBF acena com a privatização de fórmulas e
calendários. Segue o governo federal no logro do povo, os torcedores, jurando
aplacar as ondas e serenar o mar da corrupção do futebol. Mostra-se disposto a
dividir esse mar para tentar uma travessia enganosa.
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