quinta-feira, 11 de junho de 2015

Soberbas esquizofrênicas

Chiko Kuneski

Como aconteceu no governo do país, que não entendeu os recados internacionais e a necessidade de se modernizar e tratar a “coisa” pública com respeito e seriedade, o futebol nacional não consegue ler o recado do mundo contra a corrupção, o descaminho e o desmando. A CBF finge que tirar o nome de Marin da fachada de sua sede apaga o rastro da corrupção que envolve a entidade há décadas. Mudam a fachada, mas as colunas incendiadas estão ruindo.

Como Dilma, Del Nero (esse nome me lembra um louco personalista que pôs fogo em Roma) expõe sua esquizofrenia defendendo o ex-presidente preso na Suíça por corrupção ao mesmo tempo em que apresenta um arremedo de mudanças democráticas na CBF querendo desvincular-se desse passado. É uma esquizofrenia proposital.

O atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol mandou tirar o nome de Marin da fachada para mostrar distanciamento da corrupção. Mas, concomitantemente, defendeu o antecessor para também defender-se. Só um “espírito de poliana” acredita que ele não está envolvido nas corrupções da CBF, da Copa e, por conseqüência, do governo que promoveu o evento.

No movimento contrário, tenta desligar-se do passado e apresenta uma “fórmula mágica” para moralizar a entidade, trazendo ao reboque os presidentes das federações, não menos corruptos, e o dirigente dos clubes.

Para assegurar seu mandato até 2019 e uma, lógica, reeleição, Marco Pólo Del Nero apresenta seu “plano de concessões”, divulgado por seus “ministros” em coletiva, tentando acalmar a iniciativa privada dos clubes. Busca sepultar a iniciativa das ligas, dividindo, oferecendo poderes.


A proposta do presidente da CBF acena com a privatização de fórmulas e calendários. Segue o governo federal no logro do povo, os torcedores, jurando aplacar as ondas e serenar o mar da corrupção do futebol. Mostra-se disposto a dividir esse mar para tentar uma travessia enganosa.

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