Chiko
Kuneski
Interessante
a imagem confrontando o Playstation e futebol de botão feita por Mauro Pandolfi
em sua pertinente crônica. Concordo. No
computador a imitação do tridimensional é mais empolgante. O craque do time é
uma marionete controlada pelos ágeis dedos sonhadores que comandam o joystick.
Basta apenas um jogador programado com o que há de melhor no jogo e a destreza de
dedos. Ás vezes a destreza intuitiva de uma criança.

No
Playstation, se o placar for de 7x1 para o adversário, basta jogar de novo.
Entender os erros. Aperfeiçoar a destreza dos dedos e, por consequência, do
craque. Se voltar a perder por 1x0. Tudo pode ser repetido. Repetido e
repetido.
O
craque do Playstation é uma espécie de Pinóquio de Gepeto. Exímio dançarino.
Divertido. Perfeito na execução dos movimentos mágicos dos pés; mas não é
humano. É o boneco antes da fada madrinha da fama. Como não têm emoções elas não
o afetam.
No
futebol real, o Pinóquio passa a ser o “menino” humano. Ungido pela fada
madrinha; às vezes madrasta. Ainda é um exímio dançarino, um mágico dos pés,
mas o nariz cresce quando mente. Diferente do Playstation, falarão mais do seu
nariz e menos da dança dos seus dribles. Das suas chuteiras com asas.
Esse é o ônus.
Sem estar preparado, tornar-se humano. Com o perigo de transformar-se numa
marionete humana.
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