Chiko Kuneski
"Eu até acho que eu sou
afrodescendente de tanto que apanhei e gosto de apanhar".
Frase do técnico Dunga em
coletiva no dia 26/6/15
Em
2014, o lateral direito Daniel Alves, convocado por Dunga ou pelos patrocinadores
da Seleção, isso nunca se sabe, virou mártir mundial da luta contra o racismo
no futebol. O lateral esquerdo Marcelo, também da Seleção, insurgiu-se por
injúrias raciais, assim como o goleiro Aranha, do Santos, xingado de “macaco”.
Os três usados como exemplos são afrodescendentes, mas não gostaram e não
gostam de apanhar.
Dunga
é descendente de europeus e está mais para feitor, que bate alegando que
“gostam de apanhar”, como pai agride filho, marido agride mulher. Mas ele não
está sozinho na raiva ulceral que toma conta dos criticados no Brasil.
Está
virando conceito, um conceito perigoso, entre os que ocupam posição de
liderança no país tergiversar quando se sentem acuados por suas próprias
incompetências, tentando usar frases de efeito. A presidente Dilma declarou à
imprensa americana que vê “preconceito sexual” ao ser é chamada de
incompetente. O adjetivo não se aplica a mulher Dilma, mas ao seu governo e
esse não tem gênero. A presidente quer que a chamem de “incompetenta”?
Como
Dunga, a mandatária não suporta críticas. Aliás, no Brasil está se tornando
perigoso fazer críticas, pois se as fazemos somos “raivosos”. Discordar é
sofrer de raiva crônica. Mas a raiva está no criticado. É como uma úlcera.
Surge da falta de capacidade de digerir as dificuldades com inteligência e
competência e vai corroendo cada vez mais essa capacidade. O que sofre da
úlcera de caráter vive de mau humor. É um doente crônico.
Nessa
sua longa doença, mesmo com a ferida curada, parece que a cicatriz dói mais que
a ferida. É o caso de Dunga e de Dilma. Consideram-se sempre perseguidos,
incompreendidos, vítimas dos intolerantes. Até o sucesso incomoda. Como a dor
de úlcera que ficou no subconsciente, têm sempre que lembrar todos que a
tiveram. São rancorosos. São amargos. São zangados.
Dilma
alegou sofrer de “preconceito sexual”. Dunga se julgou perseguido, respondendo
com uma frase preconceituosa. Ulcerosas, nossas pseudo lideranças permitem que
suas úlceras vomitem impropérios raivosos. Agridam toda uma Nação com sua dor
mais íntima, suas manias de perseguição, que, como úlceras, parecem nunca
cicatrizar. Demonstram sua total incapacidade de liderar.
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