Chiko Kuneski
O futebol, como toda
organização social, tem seus tabus e suas intocabilidades. Mesmo com o tempo alguns conceitos não mudam.
Conceitos e palavras emblemáticas. Pau é uma delas. A expressão está presente o
tempo todo no futebol, até mesmo no futebol feminino. Não existe futebol sem
pau.
O pau do futebol vem das
antigas traves, ou balizas (goal em inglês, língua mátria do esporte), que eram
quadradas e de madeira. É dessa analogia o “bateu no pau”, ainda em uso. Mesmo
com a circulização das traves, o pau continua na boca dos locutores esportivos,
comentaristas e torcedores. E na mão dos
bandeirinhas e das bandeirinhas (é um substantivo de dois gêneros, como
presidente).
A atualidade fez com que as
mulheres também gostem e saibam futebol. Mas houve uma época que futebol era
“coisa de macho”, até no seu entendimento. E ai vem o tabu do pau. Sem se
interessarem, sem participar e sem serem protagonistas do esporte, as mulheres
tinham muitas dúvidas sobre expressões corriqueiras do esporte e,
principalmente, sobre o “segundo pau”.
As casadas, na sua maioria,
por não entenderem a necessidade de se ter um segundo. Outras porque talvez nem
o primeiro ainda conhecessem. E para piorar as coisas: porque os homens falavam
tanto de ter dois paus no futebol?
O entendimento feminino sobre
as regras do esporte, em parte resolveu isso, mas ainda existe quem não entenda
a ordem dos paus. Quem determina a posição?
O pau (substantivo masculino)
da trave recebe os ordinais pela posição da bola (substantivo feminino). O mais
próximo a bola é o primeiro pau; e o mais distante o segundo pau. O campo
retangular, as duas traves, a troca de lado dos times nos dois tempos de jogo
não têm qualquer importância.
Por proximidade, ou
afinidade, a bola escolhe a ordem do pau. Ás vezes até “beijando” o pau do
meio.
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