domingo, 8 de fevereiro de 2015

A mágica camisa 10

Chiko Kuneski

Tem quem acredite em numerologia para justificar tudo. Nomes. Fracassos. Sucessos. Usam os números para explicar até o inexplicável, como se o número fizesse a magia para o homem. No futebol brasileiro não é diferente. O 10 é emblemático.

Não se discute o futebol sem falar da camisa 10. Seja por criticar a falta de um talento que a envergue, seja para lembrar os gênios que levaram times e seleções às principais conquistas. Nenhuma mesa redonda, mesmo no século XXI, já que falamos de números, esquiva-se de se reportar ao 10. Virou um número cabalístico, principalmente na contemporaneidade em que o futebol não respeita mais o famoso de 1 a 11. Aquela escalação que todo torcedor sabia o nome e número de cada jogador. Um por um.

Atualmente são 33, 88, 99 as estampas nas costas das camisas. Mas, quando torcedores e comentaristas se ressentem de criatividade, de genialidade, de passes decisivos, da arte de jogar, com e sem a bola, reclamam que falta o 10. No futebol moderno o 10 virou mais um mito do que uma solução. Não existem mais os jogadores nota dez, nem os camisa 10. A força, a complexidade, a movimentação, o “xadrez” futebolístico dividiu o 10. O dividiu tanto, que às vezes até por ele mesmo.


Mas o emblemático 10 não se apagou, principalmente no Brasil. Nenhuma escalação está completa em sua cabalística magia do passado, mesmo que a camisa seja vestida por um talento 00.  Um jogo sem a camisa 10 começa com dez em campo.

Um comentário:

  1. Ô Chiko, aqui tem q responder tudo em dose dupla?
    Já comentei o texto do Mauro, aqui mais um texto que gosto de ler, não pelo futeba, mas pelo prazer de ler: Falso 9, falso 7 e, em breve, falso 10.
    Ah, sobre o assunto, leio tbém esse Velho Cronista, nem pelo futebol, mas pelo prazer da boa leitura: http://velhocronista.com/o-ultimo-dez/

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