Chiko
Kuneski
O
futebol é um jogo de números. Mas números inexatos. Deve ser disputado com 11
contra 11, mas até oito a regra aceita. No começo eram três árbitros, chegou-se
a cinco, voltou-se para três. O campo, que sempre tem que ser retangular, pode
variar de 120 a 90 metros de comprimento, por largura de 90 até a metade de 45
metros. Em
partidas internacionais, essas medidas mudam para 110/100
metros de comprimento e 75/64 metros de largura.
O que não pode ser alterado é a espessura das
linhas que demarcam a área de jogo, que devem ter 12 centímetros de largura. É
bem nesse ponto que os números fazem do futebol o mais apaixonante dos
esportes. Os centímetros.

O
melhor e mais apaixonante desse paradoxo é que ele precisa ser mensurado
pelo olho humano. Cabe aos árbitros arbitrar os centímetros, mesmo quando a
bola, que os baliza, está erguida e acima das marcas da cal, ou, às vezes, sem
essa baliza.
São
os centímetros que transformam o futebol em um esporte mágico e apaixonante.
Que decidem lances. Que ganham e perdem jogos. Que mudam histórias.
Um
único centímetro anula ou valida um gol. Seja pelo impedimento do atacante,
seja pelo movimento do defensor. Seja pela crucial e marcante posição da bola
na linha de fundo dentro dos 7,32 por 2,44 metros das traves que são o maior
espaço de conquista dos jogadores e dos torcedores.
É
gol!!! Por centímetro a mais para uns; ou não foi gol, por centímetro a menos
para outros. A magia do futebol está no seu mágico paradoxo numérico.
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