domingo, 22 de fevereiro de 2015

O futebol é um paradoxo numérico

Chiko Kuneski

O futebol é um jogo de números. Mas números inexatos. Deve ser disputado com 11 contra 11, mas até oito a regra aceita. No começo eram três árbitros, chegou-se a cinco, voltou-se para três. O campo, que sempre tem que ser retangular, pode variar de 120 a 90 metros de comprimento, por largura de 90 até a metade de 45 metros. Em partidas internacionais, essas medidas mudam para 110/100 metros de comprimento e 75/64 metros de largura.

O que não pode ser alterado é a espessura das linhas que demarcam a área de jogo, que devem ter 12 centímetros de largura. É bem nesse ponto que os números fazem do futebol o mais apaixonante dos esportes. Os centímetros.

Um único centímetro faz a diferença crucial nos gigantescos metros quadrados da área de jogo. Paradoxo? É! O paradoxo dos números do futebol.

O melhor e mais apaixonante desse  paradoxo é que ele precisa ser mensurado pelo olho humano. Cabe aos árbitros arbitrar os centímetros, mesmo quando a bola, que os baliza, está erguida e acima das marcas da cal, ou, às vezes, sem essa baliza.

São os centímetros que transformam o futebol em um esporte mágico e apaixonante. Que decidem lances. Que ganham e perdem jogos. Que mudam histórias.

Um único centímetro anula ou valida um gol. Seja pelo impedimento do atacante, seja pelo movimento do defensor. Seja pela crucial e marcante posição da bola na linha de fundo dentro dos 7,32 por 2,44 metros das traves que são o maior espaço de conquista dos jogadores e dos torcedores.


É gol!!! Por centímetro a mais para uns; ou não foi gol, por centímetro a menos para outros. A magia do futebol está no seu mágico paradoxo numérico.

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