“Eu estou com as massas e as massas derrubam até governos".
Grande frase de Gentil Cardoso, dita na comemoração do título carioca de 1952, quando foi carregado em triunfo pela torcida do Vasco. No dia seguinte foi demitido. É um bom conselho para os políticos deste ajuntamento.
Grande frase de Gentil Cardoso, dita na comemoração do título carioca de 1952, quando foi carregado em triunfo pela torcida do Vasco. No dia seguinte foi demitido. É um bom conselho para os políticos deste ajuntamento.
Mauro Pandolfi
O
futebol é um jogo de frases. Há as históricas que identificam os
grandes. "“Daqui pra frente, quero todo mundo indo pra cima e chutando a
bola pra
dentro da área de qualquer ângulo. Sabe como é: contra time pequeno,
bola na bunda é pênalti". A frase é de Gentil Cardoso. Autor de uma
outra que identifica um jeito de jogar: "Quem se desloca recebe, quem
pede tem preferência.” Também, há as suas folclóricas que mostram uma
ideia de jogo. "Bola pro mato que o jogo é de campeonato". Mas, nada
supera a vã filosofia, a do medo da queda, da ausência da vitória. É
repetida por torcedor de arquibancada, de sofá e se torna histérica
quando pronunciada por alguém que ganha para dar opinião: "Tem que
contratar!". Não há rigor analítico, nem critério, nada. Só o pânico do
'fracasso'. Desesperados, assustados, os cartolas não resistem aos
apelos, pressões, ameaças. Contratam! O resultado é quase sempre o
rebaixamento! Porém, todos sabem, 'futebol é uma caixinha de surpresa'.
Não
há nada de novo sob o sol, nem sob a chuva. Três rodadas, má campanha, a
ojeriza da queda vira um terror. Sport Recife apelou ao passado para
dirigir o time. Buscou Vanderlei Luxemburgo. Falastrão, o técnico chegou
falando em título. Jogador de pôquer, Luxa tenta mostrar, mais uma
vez, que seu 'pojeto' não é o mesmo blefe de sempre. Aliás, o passado é
o argumento predileto na hora da contratação. Quanto mais decadente,
mais velho, mais cara de 'ex, mais jeito de reforço tem. Reforço?
Z-4!
A situação que apavora uma torcida. O Atlético Goianiense ainda mantém o
treinador Marcelo Cabo. Ele sabe que o prazo de validade é mais uma
derrota.. Apavorados, os cartolas tentam Diguinho, Thiago Ribeiro,
Muriqui e Juan. Todos com currículo. Uma década atrás seriam reforços.
Agora, como um diz um antigo jornalista esportivo, 'só vão gastar papel
higiênico, sabonete e inchar a folha de pagamento'. Ainda há um pouco de
lucidez nos 'donos da opinião'. O Vitória tem um sério dilema. Como
demitir um velho ídolo recém contratado? Petkovic balança, balança, será
que cai? A validade está terminando.
E,
o Avaí? O time que 'não subiria' o ano passado perdeu o encanto. Seu
treinador Claudinei Oliveira é contestado, o craque Marquinhos ficou
velho, Rômulo não 'joga no time da rua' de muitos torcedores e está na
zona de risco. 'Tem que contratar!' urram todos os dias. Nos bares, nas
esquinas, no estádio, nas redes sociais, na rádio, em todos os cantos.
Pressionados, os cartolas atenderam o apelo e compraram a 'cartilha do
rebaixamento'. O planejamento e o 'projeto' de gastar menos do que
arrecada virou fantasia. Chegaram Maycon, Juan e Willians. Ainda podem
descer na Ressacada: Alex, Nilmar e Muriqui. O Avaí aposta no passado
destes medalhões. O futuro, o sub 20, fica para um outro tempo, que
nunca virá. Quem sabe, o torcedor avaiano irá reconhecer seus 'meninos'
quando brilharem com outras camisas. Afinal, como dizem por aqui:
'menino joga contra menino; homem contra homem'. E o sub 40?
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