"Nenhum juiz expulsa um jogador antes dos dez minutos do primeiro tempo".
Mandamento
do zagueiro Moisés, que aproveitava este período para descer o sarrafo
nos atacantes, que marcou a infância, a adolescência dos jornalistas
esportivos que criticaram, como exagerada, a expulsão de Nogueira pela
violenta 'tesoura' em Luan.
Mauro Pandolfi
Quatro
minutos. Luan recebe a bola, gira o corpo, livra-se da marcação, parte
em velocidade... Parou em Nogueira. O zagueiro do Fluminense jogou-se
sobre ele. Um tesoura digna de Ted Boy Marino. A perna direita de um
lado do corpo de Luan; a esquerda, de outro. Cruzaram-se na frente. Sem
defesa, Luan desabou. Nogueira não tocou na bola. Nem tentou tocá-la. O
objetivo era impedir a ação de Luan. Impediu! O árbitro Thiago Duarte
Peixoto, certamente não conhecia o mandamento de Moisés, expulsou
Nogueira. Fiquei perplexo com as reações. "O cartão amarelo era o
correto. O vermelho foi um exagero", afirmou o comentarista (sic) de
arbitragem Carlos Simon que 'exageradamente' apitou em Copa do Mundo.
Ele refletiu a opinião da maioria dos que são pagos para dar opinião.
Até os 'defensores' do jogo limpo concordaram. 'Me caiu os butiás do
bolso'! Poxa! Será o meu gremismo berrando? O árbitro errou em não
expulsar Kanneman pelo carrinho violento. Ufa! A minha lucidez, ainda,
não virou loucura.
Moisés
tinha razão. Fiquei surpreso com a influência do mandamento de Moisés
sobre os jornalistas esportivos. Não sei se foi na infância ou na
adolescência que a 'mensagem' ficou gravada? Só sei que ficou! "Só
tentativa de homicídio justifica uma expulsão tão cedo", afirmou Mauro
César Pereira. Para o comentarista da Espn, a 'função do árbitro é
conduzir bem o jogo. Ele estragou a partida", justificou. Opinião
partilhada por Juca Kfoury e Arnaldo Ribeiro. Ambos consideram o lance
violento. Porém, a expulsão 'foi um evidente exagero', disseram. E, se
fosse aos 35 minutos do segundo tempo, a análise mudaria? Não sei! Não
tenho contato com eles. Sou apenas um espectador. Mas, gostaria de saber
se no lugar de Luan, o 'agredido' vestisse a camisa do Flamengo,
Corinthians ou Palmeiras, a sentença seria a mesma? Curiosidade!
Não
liguei para os comentários das rádios cariocas. A isenção é uma
fantasia na imprensa. A perplexidade aumentou no Redação Sportv.
Reduziram o jogo. Para a produção do programa, a partida durou quatro
minutos. Esqueça Luan e seu golaço. Do jogo bonito do Grêmio, o time que
melhor trata a bola neste país. André Rizek argumentou que o 'lance é
de interpretação, que foi violento, mas a expulsão exagerada pelo tempo
da partida'. Felipe Andreoli tentou ser um equilibrista. Acha que o
"árbitro pode estar certo, Porém, estragou o jogo. No começo, só se
fosse uma cotovelada, uma voadora no pescoço". O gremista Sérgio Xavier
concorda com o exagero da expulsão, também lembra 'o início da partida'.
Ninguém superou Diogo Oliver. Para ele, Nogueira 'vai nitidamente na
bola e foi só uma jogada temerária'. Nunca imaginei que pipoca
prejudicasse a visão.
Atenção,
zagueiros! Porrada está liberada. Ninguém vai te xingar (ah, depende
dos adversário, tá certo?) de violento. Bata, bata muito, até os dez
minutos do primeiro tempo. Quem sabe encontre um árbitro que, assim como
os jornalistas esportivos, conhece o mandamento de Moisés. Nada
acontecerá! Se acontecer, terá bons advogados.
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