Chiko Kuneski em Crônicasportubo
Os
leitores, se é que os tenho, devem achar estranho iniciar uma crônica com a
citação do autor, eu mesmo. Mas é necessário. No dia 4 de maio, apenas três
dias atrás, encerrei meu texto sobre o árbitro de vídeo que iria começar a ser
testado no Brasil. Hoje as palavras terminais merecem iniciar.
A novidade foi colocada
em teste bem antes do esperado. Nesse domingo nas finais do Campeonato
Pernambucano entre Sport Recife e Salgueiro. O arbitro de vídeo escolhido para
o olhar cibernético da partida foi Péricles Bassols, um juiz de conduta
controversa quando nos quadros da Federação Carioca e que filiou-se em
Pernambuco. Coube a ele, sentado numa van, com ar condicionado e imagens de
sete câmeras, a arbitragem de vídeo.
Sport vencia o jogo por
um a zero até os 48 minutos e 55 segundos do tempo derradeiro quando o
árbitro de campo, José, Woshington da Silva, marcou pênalti para o Salgueiro.
Foi convicto. Estava bem colocado. “Em cima do lance” como dizem os locutores e
comentaristas esportivos. Mas pediram a revisão pelo árbitro de vídeo.
O lance está numa das
quatro possibilidades de marcações capitais descritas pela Fifa em nova
normativa. Woshington, possivelmente chamado por Bassols, obedecendo a
democracia cibernética, parou o jogo e dirigiu-se à lateral do campo para rever
o lance. Reviu. Reviu. Reviu. Reviu e reviu.
O convicto árbitro em jogo,
que decide o jogo, reviu as reprises por exatos 5 minutos e 25 segundos. Foram
mais de cinco minutos apopléticos dos torcedores do Salgueiro e do Sport. Cinco
minutos de músculos dos jogadores retesado, paralisados, inertes. O árbitro de
campo confirmou o pênalti. Cobrado e com gol marcado. Empate. Felizmente o
árbitro de vídeo tinha apenas sete câmaras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário