Chiko Kuneski
Quantas vezes você já
ouviu alguém dizer: “faço uns bicos, ou vivo de bico”? Bico de pintor, de
encanador, bico de pedreiro. Nunca se ouve um árbitro (?) de futebol assumir. “Vivo
de bico”.
Adoro as transmissões
de rádio, especialmente as AM, quando os repórteres dizem a profissão do trio,
hoje quinteto, já foi sexteto, de arbitragem. Apitar futebol profissional no
Brasil é “bico”.
Sem trocadinho do apito
soprado na boca do “todo poderoso”, é um bico e como todo extra, sujeito a
falta de aprimoramento, de estudo, de dedicação. Bico é bico. E quem contrata
sabe que é apenas um bico, não está pagando para um profissional.
Pior. O que vive do
bico serve ao que paga melhor o bico. A gorjeta. A propina. Ao agrado. E, por
ser bico, não é cobrado por falhas. Por erros grosseiros. Por falta de qualidade
profissional. Foi contratado pra ser um bico.
O jeitinho brasileiro
para desculpar tudo. Não se pode cobrar quem não é profissional de ofício. Quem
não tem Conselhos Regulamentadores, sindicatos. Os árbitros brasileiros não
querem a profissionalização. Regulamentos. Compromissos. Responsabilidades.
Preferem viver de bico. Ludibriando a carreira que os sustenta e enganando os
torcedores nos eternos bicos de arbitragem.
Nenhum comentário:
Postar um comentário