Mauro Pandolfi
Sou
fã de Neymar. Gosto dos dribles de asas de chuteiras - bela imagem
criada por Chiko Kuneski -, do arranque, do futebol fantástico de
playstation - outra do Chiko -, do jeito abusado, irreverente, festeiro.
Moleque! Luan, Gabigol e Gabriel Jesus formam um trio de jogadores
magníficos. Uma geração 'dourada'. Criativos e audazes. Walace, Dourado,
Renato Augusto, Rafinha completam um ótimo time. No papel! Qual é o
problema, então? O técnico Rogério Micale tem se revelado um treinador
igual aos demais. Um pastiche do moderno. Uma explicação é o lugar
comum
do massacre alemão que nenhuma modificação gerou. A outra, é alma!
Olimpíada é movida a bravura, coragem, gana, alma. Há muito tempo que o
futebol brasileiro vendeu a alma. Em troca do que? Não sei!
A
beleza do esporte é a contradição. O paradoxo! Prega união, paz,
harmonia. Mas, é movido a batalhas. A Olimpíada é um simulacro de
guerra. Países, mulheres, homens em conflito. Buscam a glória e a
heroicidade. A vitória é uma medalha no peito. Só o choro comovido,
desesperador ' salva' o derrotado. No entanto, a fogueira incinera os
perdedores. Neymar é o grande candidato desta 'inquisição'. Os outros
jogadores sairão chamuscado. Nenhum será torrado como Neymar. A medalha
de ouro que Gerson Vavá, Jairzinho, Falcão, Dinamite, Júnior, Rivaldo,
Ronaldo Fenômeno nunca trouxeram é uma obrigação dele. Neymar é só um
jovem. Com todos os adjetivos atribuídos aos jovens ricos: boçal,
babaca,
mimado. 'Defeitos' que serão ignorados se a medalha de ouro aparecer no
seu peito no final dos jogos. Cena difícil. Porém, nunca subestime o
talento.
A
outra beleza do esporte é a ressurreição. A derrota não é permanente. A
mágica Marta já foi taxada de jogadora de jogo fácil, de
medrar nas decisões, de pipocar. O tempo, o futebol encantador, a alma a
transformaram em um desejo do torcedor brasileiro. O bom time de Vadão
joga em função dela. Isto permite Marta brilhar. Mas, se no final dos
jogos, a medalha no peito não for dourada, a fogueira esta aí acesa! A
fúria, a gana, a alma, fizeram Rafaela Silva derrotar os
''inquisidores'
de 2012. Brilha, agora, o sorriso da vida difícil, o ouro, a volta por
cima. Ela é exemplo para todos os perdedores. O impossível não existe,
mesmo!.
O
sete a um não é só folclorização. É tatuagem no futebol brasileiro. Não
sai mais. Eterno. Nada mudará. Nem a cbf será extinta. O fundo do poço
não tem fundo. O Internacional massacrou mais um ídolo. Falcão foi
defenestrado depois de cinco jogos. O Inter busca a sobrevivência, fugir
do rebaixamento, não quer um título que não tem. Catou o pensamento
mágico de Fernando Carvalho e Ibsen Pinheiro. Mas, os cartolas do Inter
não perceberam que o Paysandu já está na série B. Para 'treinador'
encontraram ... Celso Roth! Ufa! Este risco os gremistas não correm
mais.
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