Chiko Kuneski
O time do Brasil ganhou
a medalha de ouro no Maracanã sem brilhar nem para a prata. Jogou por uma bola,
ou cinco, nos pênaltis, mas ficou na história. A História se escreve nas
manchetes dos editores, não em uma frase no meio da matéria dos repórteres que
a vivenciam. Prefiro o meio, o recheio do texto. Os títulos costumam ser
extremos: destrutivos ou ufanistas. Principalmente porque vendem paixões e
jornais.
Nas linhas do meio das
entrevistas Luan, um garoto promissor, e Neymar, um “craque de Playstation”,
cada vez mais, disseram a mesma frase: “agora vão ter que engolir”. Luan
falando das críticas ao time, Neymar sobre ele mesmo. Sempre fala sobre ele
mesmo.
Muitos vão, com já o
fizeram, atribuir a crítica aos críticos devido a pouca idade. Adoram mimar
jovens ousados. Atribuo ao desprezo à camisa. Ao desatino da euforia. A vida é
feita de críticas e os que desejam apenas afagos não devem deixar os colos das
mães e pais. Quem os deixa para a exposição pública deve aprender que foi-se o
mimo.
Preocupo-me quando
jovens promissores repetem a gagá frase de Zagalo, um quase centenário, como
desabafo. Vencem sem saber vencer. Criticam a crítica que os fez crescer e
vencer. Envelhecem na tenra idade por ranzinze.
Mas a “estrela” Neymar
mostrou um bom momento de equipe no pódio exibindo a faixa na cabeça com os
dizeres: “ 100% Jesus”. Talvez uma homenagem ao colega de equipe, o também
atacante Gabriel.
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