sábado, 20 de agosto de 2016

A inconsequência senil da puberdade

Chiko Kuneski

O time do Brasil ganhou a medalha de ouro no Maracanã sem brilhar nem para a prata. Jogou por uma bola, ou cinco, nos pênaltis, mas ficou na história. A História se escreve nas manchetes dos editores, não em uma frase no meio da matéria dos repórteres que a vivenciam. Prefiro o meio, o recheio do texto. Os títulos costumam ser extremos: destrutivos ou ufanistas. Principalmente porque vendem paixões e jornais.

Nas linhas do meio das entrevistas Luan, um garoto promissor, e Neymar, um “craque de Playstation”, cada vez mais, disseram a mesma frase: “agora vão ter que engolir”. Luan falando das críticas ao time, Neymar sobre ele mesmo. Sempre fala sobre ele mesmo.

Muitos vão, com já o fizeram, atribuir a crítica aos críticos devido a pouca idade. Adoram mimar jovens ousados. Atribuo ao desprezo à camisa. Ao desatino da euforia. A vida é feita de críticas e os que desejam apenas afagos não devem deixar os colos das mães e pais. Quem os deixa para a exposição pública deve aprender que foi-se o mimo.

Preocupo-me quando jovens promissores repetem a gagá frase de Zagalo, um quase centenário, como desabafo. Vencem sem saber vencer. Criticam a crítica que os fez crescer e vencer. Envelhecem na tenra idade por ranzinze.

Esse é o maior problema dos “badboys” da seleção brasileira. São velhos em plena juventude para aceitar críticas; ao mesmo tempo que são jovens imaturos para responder apropriadamente. Como Gabi Gol, que saiu de campo reclamando a falta de apoio da torcida quando perdia gols, mesmo tendo feito dois no jogo de Salvador.


Mas a “estrela” Neymar mostrou um bom momento de equipe no pódio exibindo a faixa na cabeça com os dizeres: “ 100% Jesus”. Talvez uma homenagem ao colega de equipe, o também atacante Gabriel.

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