Mauro Pandolfi
No episódio de quinta da poética série Pé na Cova o passado desfilou ao lado do presente. Não como fantasia. Mas, como se fosse um acerto de contas. Ou, uma nova chance. Quem seríamos? A vida mudaria? Ruço, o personagem de Miguel Falabella, tenta impedir isto. Já Darlene, vivida por Marília Pera, quer a oportunidade de uma outra vivência. O futebol brasileiro é refém disto. O passado não passa. Está mais presente que o presente e evita um futuro que nunca vêm. Os craques não abandonam o 'show'. Fora dos campos, estão se perpetuando como comentaristas. E, glorificam um passado mais imaginário do que real. Tostão é uma raridade. Tão lúcido, tão genial, com uma visão contemporânea do futebol. Libertou-se do jogador. Consegue ver o jogo com os olhos do presente. O passado para ele, passou!
No episódio de quinta da poética série Pé na Cova o passado desfilou ao lado do presente. Não como fantasia. Mas, como se fosse um acerto de contas. Ou, uma nova chance. Quem seríamos? A vida mudaria? Ruço, o personagem de Miguel Falabella, tenta impedir isto. Já Darlene, vivida por Marília Pera, quer a oportunidade de uma outra vivência. O futebol brasileiro é refém disto. O passado não passa. Está mais presente que o presente e evita um futuro que nunca vêm. Os craques não abandonam o 'show'. Fora dos campos, estão se perpetuando como comentaristas. E, glorificam um passado mais imaginário do que real. Tostão é uma raridade. Tão lúcido, tão genial, com uma visão contemporânea do futebol. Libertou-se do jogador. Consegue ver o jogo com os olhos do presente. O passado para ele, passou!
O
passado no futebol não é um imaginário, uma referência. É presente.
Está no jogo, na estruturação tática, na mitologia. É mais visível na
análise e nos analistas. Os cursos de jornalismo perderam. Não é uma
defesa de reserva de mercado. É uma observação. Empresas preferem os
'exs'. Credibilidade ou fama? Os dois! Eles comportam-se como
estivessem em atividade. O técnico sente o 'vento' do futebol quando
comenta uma partida. Tem os segredos, as soluções. Age feito um vidente.
Sabe o que virá. Parece treinar os dois times. Então, é o vencedor do
jogo. Um velho treinador argumentou que futebol nada mudou, é sempre o
mesmo. É o que mantém ele na mídia. Se não há o 'novo', o bruxo conhece
tudo. O fato se repete com os jogadores. Se foi atacante, prefere
atacar. Tem a desculpa para o gol perdido. O defensor gosta de uma linha
de volantes por segurança. "Para ganhar, precisa de uma defesa sólida", é
o mantra. Já o rebuscado meia ignora o jogo. Saúda o 'dibre', a bola
longa, o chapéu, o chute em curva, o pictórico. Reflito, penso, estão a
procura de uma volta no tempo, de um reencontro mágico entre o passado e o
presente. Infelizmente, ainda, é só uma farsa poética de uma série
belíssima de televisão. Que pena!
A
descoberta das ondas gravitacionais comprovam Einstein. Tempo é
relativo. Passado, presente e futuro são fantasias. Marcações mágicas da
vida. São um só. Diversos, mutáveis, eternos. Únicos! O que
mudaria no futebol? Avisaria Telê Santana sobre Paolo Rossi? Salvaria
Barbosa de sua prisão perpétua? Ou daria um pitaco para Mano Menezes
observar melhor o Anderson? Não sei! Sou como o Ruço. A vida tem sentido
no que foi vivenciado. A maravilha do viver está nos enganos, nos
acertos, nas redenções. Como ser outro, se somos o mesmo? A beleza da
Seleção de 82 está na ousadia, na liberdade. A vitória conquistada com
um sistema defensivo mataria a fantasia daquele time. A alma dele está
na magia. Se Anderson jogasse, a Batalha dos Aflitos seria apenas uma
história inventada por um alucinado gremista. Barbosa merecia uma
chance. Ficaria livre, solto, um homem comum. O mito não existiria. Nem a
sua dor. Seria só mais um no futebol. Mas, fico tentado a seguir
Darlene. O que faria? Escaparia do jornalismo. Iria filosofar física
quântica em algum lugar do espaço, sem se preocupar com o tempo. Aí,
Chiko Kuneski teria um outro parceiro no blog. Seria um alívio para
vocês, hein?
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