terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Clássico é Clássico

Chiko Kuneski

No Crônicas Por Tubo o jornalista Mauro Pandolfi publicou um saudosista texto sobre os clássicos usando como exemplo um de 111 anos. Cabalístico ou mera coincidência? Escreveu: “ ...América x Bangu. O mais antigo do Rio. 111 anos de rivalidade. Tão velho que era chamado de Clássico Bisavô! Parei, olhei, viajei.

Isso que são os clássicos. Viagens no tempo, nas memórias, nas rivalidades sadias. Desorganizadas. Sem “organizadas”.

Mas banalizaram o conteúdo do clássico. Virou chavão televisivo, radiofônico, cada vez mais afônico, impresso por editores dos cadernos de esportes sem conteúdo histórico. No futebol dos campeonatos estaduais clássico é a disputa entre times da mesma cidade. O demais é puro devaneio marqueteiro.

No catarinense foi assim com Paysandú e Carlos Renaux (Brusque), América e Caxias (Joinville), Metropol e Comerciário (Criciúma), Palmeiras e Olímpico (Blumenau), Marcílio Dias e Barroso (Itajaí) e o mais antigo, ainda pulsante nas torcidas, Figueirense e Avaí (Florianópolis).

Esses foram clássicos dentro do campeonato estadual. A disputa que movimentava as cidades. Que dividia entre cores, camisas e torcedores. Os clássicos eram e ainda são os jogos imprevisíveis. A falta de lógica. A entrega total.

Pena ter restado somente um clássico que é clássico em Santa Catarina. E por conveniências escusas disputado não no tradicional domingo, mas numa lacônica  quinta-feira. Avaí e Figueirense é o único clássico do campeonato catarinense.

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