Mauro Pandolfi
Arte,
futebol arte! Brigo com o termo. Não gosto. Raramente uso. Mas, se há
arte no futebol, Neymar, Suarez e Messi são a melhor tradução. Dribles,
chutes, gols. Pinturas de lances, delírios pictóricos. No mesmo patamar
de Picasso e Dali. Quando visitei a exposição de Miró, fiquei
emocionado. Era o mesmo que ver ao vivo o talento de Messi. Neymar e
Suarez completam o trio mais fantástico da bola. Sei que tudo é
relativo. Principalmente, o tempo! Há um trio mais fabuloso que este na
história do futebol?
Três
é um número mágico. É o equilíbrio na democracia. Foi o riso mais
escrachado da tela. Uma delícia ou um desastre nas relações afetivas.
Três foram os mais famosos heróis de espadas e de uma turma bendita de
amigos jornalistas. Um em três numa santíssima trindade. Terceiro é o
dia da volta de um salvador. Três! Há tempo que a bola suspirava por um
trio tão espetacular. Um moleque de asas nas chuteiras, um mordedor
inspirado e o cérebro mais vistoso do planeta. Neymar, Suarez e Messi
não só geniais. São amigos! Los três amigos!
Gosto
de brincar com o tempo. Há algum trio tão fantástico? Pelé, Tostão e
Jairzinho é o mais mortal produzido no Brasil. Talvez, Garrincha e Vavá,
ao lado do Rei, seja também insuperável. Eu gosto de Renato, André e
Éder.(Além de um gremismo insano, nunca jogaram juntos. Nos meus sonhos,
são insuperáveis!). Puskas, Cruyff, Di Stefano, Maradona também tiveram
parceiros espetaculares.
Mas,
o que torna extraordinário o trio do Barcelona é a visibilidade. É o
visto, o assistido, presenciado. Todos os jogos na tela de uma tevê,
computador, celular, etc. Não como lenda ou imaginário. Quanto mais
longe o tempo do feito, mais aprimorado é o talento. Eles estão
construindo a mitologia em tempo real. O eterno Evaristo Macedo tem uma
exata definição. "Não sei se eles são os melhores. O futebol sempre se
renova, se modifica, se transforma. Talvez, daqui alguns anos,
apareceram melhores que eles. Sempre é assim. É a vida!".
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