Chiko
Kuneski
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPxH2w1vWjF7x35ao03Ajb5mSACaNZ3EGLcUEddijZuoJWZUPUPCwmgmqfhq8A9T_yNgFhUwZFh9WY3380pwT9cBJH5wEuT2ZP19tbdPeU34aEPmq-1_vjYCvrx7yq7XFNId6IEbCUHDrd/s200/bola-olho.jpg)
São
esses olhares que seguem a bola num jogo de futebol, tentando decodificar seus
mágicos movimentos, suas trajetórias, seus logros no conceito espacial. Mas
cada olhar da mesma bola é uma visão diferente dela. O jogador tem o olhar
dominante. O técnico o olhar perspicaz. O torcedor o olhar encantado. Os juízes
o olhar aflito.
A
velocidade da bola é maior que o flash do olhar arbitral. A bola é uma
ilusionista de juízes e auxiliares (eu ainda prefiro bandeirinhas) que brinca
de enganar o mais fixo e atento olhar dos “homens de preto”. A bola é como o
mágico do circo que mostra escondendo; esconde mostrando. Ludibria com
inventivos percursos não planejados, rotações inusitadas, translações desconcertantes,
até para o veloz olhar humano.
Como
diz o poeta: a bola “tem o dom de iludir”. Matreira, parece divertir-se com as
ilusões ópticas que cria. Excita, ínsita, instiga a busca do olhar que desvende
a magia pelo puro prazer de saber-se admirada. É uma criança brincalhona que
traquina com a seriedade dos árbitros.
Esses
ficam atônitos, enganados, perdidos num espaço lúdico demais para o olhar
ranzinzo e tão atemporal como as pesadas armações dos óculos dos míopes. Cada
vez mais a bola os ilude, mas, turrões, insistem em não ver que precisam
começar a usar outras lentes.
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