terça-feira, 18 de julho de 2017

Figueira e o mercantilismo futebolístico


Chiko Kuneski

“O futebol é um jogo de olhares”. Acho uma determinante frase de Mauro Pandolfi. Meus olhares para o Figueirense são lacrimejantes. Não de torcedor derrotado; de torcedor angustiado. Não existe nada pior para um torcedor do que estar angustiado. Brabo, irritado, nervoso, irado passa no jogo seguinte. Há sempre a esperança.

A esperança se foi. O time virou apenas um grande entreposto comercial de jogadores. Virou um mercado de compra e venda. De exposição. Em seis meses de futebol o Figueirense não repetiu uma vez a mesma escalação. Tem que rodar e expor. Tem que mostrar. Tem que manter os jogadores dos empresários em atividade. Tem que comprar e vender. O Figueira virou o mercantilismo futebolístico.

Em seis meses deste ano são 31 contrações de jogadores. Compra. Venda. Venda. Compra. Mercado do nada. Mercado de corpos. Mercado de empresários incompetentes que vivem do fracasso para seu sucesso.

A fiel torcida está execrada. Subjugada às negociatas. A vitrine de horrores com a troca de manequins. No final dos jogos no estádio a ordem é tocar o hino amplificado  calando as vaias e apupos. A torcida é desrespeitada. Não há mais escudo. Não há mais paixão. Há interesses mercantilistas da compra e venda de jogadores. A história está sendo enxovalhada por interesses. O torcedor, angustiado, nem mais voz tem.

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