segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O início do fim. Será?


Mauro Pandolfi

De tempos em tempos, o futebol brasileiro suspira ousadia. Desafia os donos da bola, os asseclas, o conservadorismo. Foi a publicidade nas camisas, a Copa União, os pontos corridos, as copas regionais, a primeira liga (inventada para fracassar. Qual o motivo? Não sei! Desconfio, apenas). Fracassos que tem cara de sucesso. Os clubes perceberam a força. Mas, recuaram. Por quê? É  difícil enfrentar a sólida estrutura reacionáruia do futebol. Há os cartolas, os políticos, os jornalistas sempre dispostos a manter a velha ordem. A dupla parananense Atlético e Coritiba ousou como nunca. Recusaram vender os direitos pela ninharia da tevê e tentaram transmitir pelos seus canais.  A televisão tradicional também está terminando. Há outros olhares. Tentaram! A federação paranaense , a mando das tevês?, não permitiu. Alegou o 'não credenciamento dos profissionais'. O Atletiba não ocorreu. Os clubes negaram-se a jogar. A entidade ameaça punição. Espero que os clubes não recuem. Pode ser o início de um outro tempo no futebol brasileiro. Ou, só mais um engano?
Federações de futebol são entidades anacrônicas. São entulhos autoritários do getulismo. Surgiram ou foram fortalecidas durante o Estado Novo. O futebol profissionalizado controlado pelo poder político. Neste momento surgem os estaduais.  Os políticos aproveitaram a 'integração' e usaram como propaganda, fortalecimento e controle. São raros os presidente destas entidades sem passado político. E, muitos, com um passado nada recomendável.  Se prestaram algum serviço ao futebol, isto acabou. Não tem mais utilidade. Precisam ser exterminadas, não reformadas. Falta coragem, talvez poder e apoio, aos clubes para isto.  Mas é o momento.
A rua é o lugar das manifestações. De trabalhadores, de estudantes, de quem desafia o coro dos contentes. Será que algum dia ouvirei a voz rouca das ruas berrando: 'os clubes unidos jamais serão vencidos'. Melhor não. Afinal, 'o povo unido que jamais será vencido'  vem perdendo sempre. E, de goleada!

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