Chiko Kuneski
A tela plasmática. O espelho do século XXI. Todos se
olham nos telões dos estádios. Os torcedores roendo unhas vibram e mudam o
olhar triste e o comportamento. Pulam. Acenam. Sorriem até na mais triste derrota.
É o espelho mágico para o mundo ver.
Cristiano Ronaldo entendeu isso. Olha-se para ser
visto. Faz pose para ser copiado. Mira-se por uma vaidade universal. Descobriu
a magia dos estádios do novo século, mesmo com o jogo parado. É performático.
Com a bola rolando é genial. Aproveita cada
milímetro do retângulo das linhas da pequena área, dentro do retângulo das
linhas da grande área no grande retângulo do campo. É uma mistura do côncavo e
do convexo em espelhos multifacetários do tempo e do espaço.
É o melhor ator do “teatro de grama e paixão” na
ocupação do espaço, físico do tablado do campo, do imaginário visto pelo
plasma. Não é real, nem para os melhores marcadores. Move-se sempre fora do
foco da bola, das câmeras, do olhar dos oponentes; buscando chegar ao oposto. A
bola e ao retângulo mágico do gol.
Nenhum comentário:
Postar um comentário