Chiko Kuneski
O futebol não é apenas entretenimento,
como alegam alguns, nem uma guerra de nações, como apregoam outros. É um teatro
com palco de grama, magnificamente definido pelo jornalista Mauro Pandolfi num
de seus textos do blog Crônicas por Tubo. E, como todo teatro, começa na
qualidade dos atores que materializam um script bem escrito, com ensaios
exaustivos e, finalmente, atuações encantadoras, quando o individual rouba a
cena.
Mas o futebol é um
teatro participativo. A plateia não se limita a assistir, analisar, aplaudir ou
vaiar. A plateia é coadjuvante. Às vezes vira “escada” para que os atores
melhorem sua interpretação. O torcedor é a retumbância. O calor. A paixão.
Como no teatro, o
futebol é apaixonado e apaixonante. Shakespeariano na essência. Tem romance.
Tem drama. Tem comédia, mas, acima de tudo, é feito de tragédia. Do sofrimento.
Da paixão desenfreada. Shakespeariano do começo ao fim.
O futebol reúne o
teatro completo. Num bailado treinado no passe perfeito. No musical dos coros
das torcidas. Na emoção do riso do gol; do choro do gol. Mas, acima de tudo, é o teatro
mais completo no poema recitado no monólogo do drible.
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