Chiko Kuneski
O presidente Marco Polo Del Nero retirou o
aval dado pela CBF para a realização do primeiro torneio da Liga Sul-Minas-Rio,
que nasce com o apoio de 15 times. Segundo o próprio Del Nero, a retirada da chancela
oficial da entidade atende a pedido da Federação do Rio de Janeiro, que entrou
em rota de colisão com a dupla Fla-Flu e acata todas as “ordens” do presidente
do Vasco, Eurico Miranda. Por analogia pode-se dizer que Eurico manda na CBF. O
futebol, mais uma vez, imita o pior da política nacional.
Del Mero faz jogo duplo. Tem um estilo de político
da pior estirpe, como Dilma, loteia agrados para tentar salvar a pele, e sabe
que precisa do apoio de grandes times fora de São Paulo, principalmente
Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Internacional e Grêmio, para tentar esquiver-se
de punições extra futebol. Logo depois retira o apoio à Liga conclamando o
estatuto da confederação. Tenta blindar-se dos dois lados. Para a Liga alega
que não pode ferir o estatuto; para a Ferj acena com o cumprimento desse para
melar uma grande iniciativa dos clubes “rebeldes”.
Nesse cenário da política futebolística do
país, que não é muito diferente da de Brasília, a Liga chega para ser talvez
uma semente de mudança. Sem a participação da presunção dos times paulistas e
dos presidentes ditadores das Federações, a nova entidade tem tudo para mudar o
futebol nacional em poucos anos. Tomemos como exemplo os principais nacionais
europeus. Todos organizados por ligas e rentáveis para os times.
A maior rede de televisão do país, que já
detém os direitos de transmissão dos principais estaduais, do nacional e da
Copa do Brasil, já negocia com os clubes que fundaram a Liga. Seus
executivos pensam no futuro, que sabem inevitável. As entidades estaduais e a
CBF tendem a perder poderes, esvaziarem-se.
Talvez a Liga seja a tão sonhada redenção
do futebol brasileiro que nós, todos os apaixonados pelo esporte bretão,
precisemos acreditar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário