terça-feira, 20 de outubro de 2015

Federação Carioca manda na CBF

Chiko Kuneski

O presidente Marco Polo Del Nero retirou o aval dado pela CBF para a realização do primeiro torneio da Liga Sul-Minas-Rio, que nasce com o apoio de 15 times. Segundo o próprio Del Nero, a retirada da chancela oficial da entidade atende a pedido da Federação do Rio de Janeiro, que entrou em rota de colisão com a dupla Fla-Flu e acata todas as “ordens” do presidente do Vasco, Eurico Miranda. Por analogia pode-se dizer que Eurico manda na CBF. O futebol, mais uma vez, imita o pior da política nacional.

Del Mero faz jogo duplo. Tem um estilo de político da pior estirpe, como Dilma, loteia agrados para tentar salvar a pele, e sabe que precisa do apoio de grandes times fora de São Paulo, principalmente Flamengo, Fluminense, Atlético-MG, Internacional e Grêmio, para tentar esquiver-se de punições extra futebol. Logo depois retira o apoio à Liga conclamando o estatuto da confederação. Tenta blindar-se dos dois lados. Para a Liga alega que não pode ferir o estatuto; para a Ferj acena com o cumprimento desse para melar uma grande iniciativa dos clubes “rebeldes”.

Nesse cenário da política futebolística do país, que não é muito diferente da de Brasília, a Liga chega para ser talvez uma semente de mudança. Sem a participação da presunção dos times paulistas e dos presidentes ditadores das Federações, a nova entidade tem tudo para mudar o futebol nacional em poucos anos. Tomemos como exemplo os principais nacionais europeus. Todos organizados por ligas e rentáveis para os times.

A maior rede de televisão do país, que já detém os direitos de transmissão dos principais estaduais, do nacional e da Copa do Brasil, já negocia com os  clubes que fundaram a Liga. Seus executivos pensam no futuro, que sabem inevitável. As entidades estaduais e a CBF tendem a perder poderes, esvaziarem-se.

Talvez a Liga seja a tão sonhada redenção do futebol brasileiro que nós, todos os apaixonados pelo esporte bretão, precisemos acreditar.

Informações do jornalista Rodrigo Mattos, Folha de São Paulo. Clique

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