Chiko
Kuneski
Ptrowesley
(um desconhecido técnico, que apesar do nome era venezuelano) veio para
implantar um esquema tático revolucionário e salvar o time da segundona. No
primeiro dia já pôs todos no condicionamento físico na mais tenra matinal.
Nenhum jogador brasileiro treina bem de manhã cedo, mas ele dizia que ia mudar
isso. Levava os atletas à exaustão física até o meio do dia. A tarde era o
tático técnico.
A
ordem era uma: só atacar pesado pela esquerda. “Temos que derrotar a direita do
adversário, é sempre o ponto mais fraco”, esbravejava cada vez que um jogador
mudava o lado de campo do passe. “Nunca se ataca à esquerda inimiga, mais cedo
ou mais tarde ela acaba nos surpreendendo”, dizia categórico.
O
time sempre era armado com dois zagueiros esquerdos, um lateral e um ala,
esquerdos, dois volantes de pé canhoto, meias armadores esquerdos e o centro
avante. Esse era destro e Ptrowesley justificava: “temos que surpreender com
finalizadores ao centro, salvam o time nos piores momentos”. Ninguém entendia
bem o “moderno” esquema de jogo do técnico, nem os seus jogadores. Na maioria
das vezes o time parecia um bando de caranguejos com as patas direitas danificadas,
arrastando-se por uma só lateral.
Mesmo
sem vencer, sem mudar a desconfortável posição na tabela, pior, caindo a cada
rodada, sua teimosia insistia no método. “Mais cedo ou mais tarde os torcedores
entenderão, o time engrena e nos recuperamos”, frisava sempre nas entrevistas.
Mas a equipe não vencia uma. Quando não empatava, perdia e de goleada.
Ptrowesley não vivia tal realidade. “O time está bem, é questão de tempo”,
insistia.
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