domingo, 3 de maio de 2015

O fim!?

Mauro Pandolfi

O campeonato estadual é quase uma saudade. Não terá muito tempo. Será apenas lembrança de velhos torcedores, pesquisadores e loucos por jogos antigos no youtube. O tambor dialético do tempo é inexorável. Dinheiro, dinheiro, dinheiro. O futebol vive a fase econômica. O estadual é uma caravana da pobreza para os grandes times.

Enquanto que as federações enriquecem com a miséria dos clubes. Algumas cobram 10% da renda bruta das partidas. Hoje é o dia dos campeões. A partir de amanhã, 20 mil desempregados vão encher as estatísticas do governo Dilma. O destino do estadual será igual ao citadino: o fim! Que pena!

Ah, o Vermelhão de Copacabana! Lotado. Lá vem o Inter! Foi no Estadual que descobri o futebol. Eu gosto deste torneio. Mas, as federações e os cartolas estão destruindo o certame. Fórmulas esdrúxulas, excessos de times, longo e curto ao mesmo tempo, deficitário. E, os estádios? Vão da década de 20 do século passado ao pós-modernos da Copa do Mundo.

É necessário reinventar o campeonato. Passa pelo fim das federações e um calendário ousado. Defendo um estadual o ano todo. Os grandes clubes (que disputam o Brasileiro) entrarão na fase decisiva, de seis ou oito clubes, em mata-mata, bem rápido, emocionante. Os jogos entre outubro e dezembro.

Série A, B, C e D, do brasileiro, de fevereiro a outubro. Uma inversão de calendário. No Natal seriam mais de 30 campeões. Aí, os clubes venderiam mais produtos em suas lojas. É uma ideia!

O Estadual é um 'charme'! Times, que parecem uma 'porta da esperança" ou dos 'desesperados",  de ídolos decadentes ou promessas que foram só promessas. Estádios que lembram o Coliseu. O gramado parece um pasto. Arquibancadas improvisadas, alugadas, usadas nos desfiles de carnavais. Das janelas das casas, o jogo é visto. Nem precisam de tevê. Nas partidas noturnas, o apagão (some a luz e o futebol do time grande). O tapetão entra campo (não  é uma exclusividade dos estaduais). É a hora do 'doutor' brilhar. 


Nem tudo é desgraça no certame. Há o talento e a fúria. A bola rola, redonda, fica oval, redonda outra vez, pula, escapa, foge, até encontrar um pé santo ou a rede. Há jogos. E, que jogos! Viradas, gana, goleadas e atuações estupendas de antigos craques ou de jovens sedentos de oportunidades. É o milagre do futebol! Poxa! Vou ao youtube em busca do Grenal de 77. Ver o gol de André Catimba não tem preço.

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