Chiko Kuneski
A
poção evaporou. A fórmula perdeu as letras principais. Se apagou. Começamos o
fim de uma era. A hera mostra-se errática. Não há mais lugar para os
desenganos, os logros, as falsas magias de histórias de fadas.
Do
tapete verde dos gramados o futebol está migrando para o “tapetão” dos
tribunais. Destruindo a magia pelo “dura Lex, sed Lex”. Não seria “cede a Lex”?
De casos isolados; tronou-se constância.
O
imbróglio dos tribunais esportivos ganha força e vigor no enfraquecimento das
federações. Fórmulas mágicas para campeonatos. Regulamentos ditatoriais
escritos por dirigentes anacrônicos. Artigos legais difusos e confusos. A
fórmula federativa está velha.
É
essa decrepitude que permite as decisões de campo, que deveriam ser definitivas
por serem batalhas modernas leais, se estenderem por dias, semanas, meses e até
anos. Advogo, e aqui uso o verbo propositalmente, que o ganho em campo é
resultado incontestável.
Mas
essa minha advocacia mostra-se muda. Falo, falo, falo, mas nada muda. O
amadorismo dos dirigentes de clubes, comandados pelos ditadores que dirigem as
federações, acovarda-se e corre para o “tapetão”. Refugia-se no regulamento.
Brada a força da Lei. Joga jogo de cartas marcadas bebendo fórmulas inócuas.
Já
o torcedor, atônito, não discute mais o jogo de futebol. Estuda direito.
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