segunda-feira, 4 de maio de 2015

Deu fim

Chiko Kuneski

A poção evaporou. A fórmula perdeu as letras principais. Se apagou. Começamos o fim de uma era. A hera mostra-se errática. Não há mais lugar para os desenganos, os logros, as falsas magias de histórias de fadas.

Do tapete verde dos gramados o futebol está migrando para o “tapetão” dos tribunais. Destruindo a magia pelo “dura Lex, sed Lex”. Não seria “cede a Lex”? De casos isolados; tronou-se constância.

O imbróglio dos tribunais esportivos ganha força e vigor no enfraquecimento das federações. Fórmulas mágicas para campeonatos. Regulamentos ditatoriais escritos por dirigentes anacrônicos. Artigos legais difusos e confusos. A fórmula federativa está velha.

É essa decrepitude que permite as decisões de campo, que deveriam ser definitivas por serem batalhas modernas leais, se estenderem por dias, semanas, meses e até anos. Advogo, e aqui uso o verbo propositalmente, que o ganho em campo é resultado incontestável.

Mas essa minha advocacia mostra-se muda. Falo, falo, falo, mas nada muda. O amadorismo dos dirigentes de clubes, comandados pelos ditadores que dirigem as federações, acovarda-se e corre para o “tapetão”. Refugia-se no regulamento. Brada a força da Lei. Joga jogo de cartas marcadas bebendo fórmulas inócuas.


Já o torcedor, atônito, não discute mais o jogo de futebol. Estuda direito.

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