Chiko Kuneski
A
paixão é sempre irracional. Na raiz é passional, sem raciocínio lógico, sem olhares,
sem pensares, sem pesares. Paixão é entrega. O torcedor é tido como um
apaixonado. Sem motivos. Sem explicações. Sem conclusões. Mas, toda paixão
duradoura precisa de algo mais. Necessita do amor incondicional do apaixonado.
Sem
o raciocinar a paixão acaba esvaída em nada. O sentimento aflora, mas não dá
flora. Morre no fanatismo. E no fanatismo a irracionalidade floresce. Se
expande em plantas mortas.
Dentro
dos estádios, com seus uniformes, com seus cânticos, os mais medrosos
transmutam-se em guerreiros. Nada de mais. A horda faz a coragem dos incautos.
A paixão move a horda.
Já
a razão, deixa o fogo afoito da paixão desmedida pelo clube no apito
final. Os torcedores resenham o jogo.
Absorvem o espetáculo e brincam, tripudiam, rebatem divertidamente argumento e
contra argumento. Os torcedores são apaixonados enamorados.
Os
irracionais não amam. Nem seu time. Nem seu escudo. Nem sua bandeira. Não
respeitam seu hino. Os irracionais são apaixonados do ódio, pura e
simplesmente, que destilam dentro e fora de campo. Agridem pelo prazer de
agredir.
Os
irracionais podem ser até apaixonados pelo seu time; mas não têm amor.
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