Mauro
Pandolfi
Gênio
e rei. São desígnios de Pelé. Não de Lionel Messi. De outro planeta. É a
definição de Mané Garrincha. Messi é daqui. Deus de uma religião. Isto é Diego
Maradona. A divindade de Messi é outra. Mestres da ilusão. Cai bem em Platini,
Iniesta, Zidane ou Cruyff. A perna esquerda de Messi produz mágicas
impossíveis. Fenômeno. Serve para Ronaldo. É pouco para Messi. Dono da pequena
área. Perfeito para Romário. Nunca para Messi. O campo todo é de Messi.
Iluminado de Quintino. O galinho é Zico. Messi é um predador feito águia.
Endiabrado como Renato Portaluppi. Delírio gremista que sonha com Messi
exorcizando o diabo vermelho. Craque. Não reduzo Messi a isto. Há uma
infinidades deles por aí. Messi é único. O que é Messi?
Todos
os adjetivos servem a ele? Sim e não! É mais complexo ou, quem sabe, mais
simples. O que é Messi, então? Ora, Messi é o .... futebol!
Há poucas coisas mais fantásticas do que um jogo de futebol. Nele há paixão, prazer, dor, festa, fúria. É a vida! Não vale o sacrifício de uma vida. Mas, para entender o sentido da vida é necessário compreender o fascínio do futebol. Vi o jogo do Bayern e Barcelona em flashes. Um lance, outro lance, quase nada, muito pouco do primeiro tempo. O movimento da farmácia estava bom. Não vi o jogo como gosto. Não estava atento, com o olhar de cima. Me senti um pouco Capitu. Vi a partida de soslaio., com olhar oblíquo.
Este
é um jogo para ser devorado em partes. Absorvido em câmara lenta. Consumir como
um doce fabuloso de sobremesa. Delicadamente, colher por colher, prazer por
prazer, sem pressa. A referência também pode ser o amor. Mas, preferi o doce
pois há crianças quem leem - é verdade! - este blog. Vou degustá-lo
suavemente., lance por lance num videotape de madrugada. Este é o melhor
horário do amor, Opa! ou seria da sobremesa?
Um
jogo de futebol é misterioso. No alto desta arquibancada, noventa minutos vos
contemplam. Os segredos estão espalhados pelo gramado feito um quebra cabeça.
Junte as peças e vença a partida. O espetáculo de futebol não é só gols, passes
ou dribles. Há o pensar, o imaginário, o devaneio do treinador, a postura da
equipe, o espírito do jogo.
O
Bayern controlava o segundo tempo. Tinha a posse da bola. Ela circulava de pé
em pé. O Barcelona era encaixotado. O fabuloso 'tridente' estava encurralado,
perdido, sem saída. Guardiola sabia como controlar a sua criatura e o Bayern,
feliz, levava a vantagem na bagagem.
Há
o erro, o engano, a desatenção. O futebol é mais do que perfeito. O time alemão
se precipitou, tentou pegar o Barcelona distraído, desarrumado, reclamando um
pênalti em Neymar - que não aconteceu. A bola perdida encontrou Messi. Dois
toques para o lado. A batida foi seca, firme, rasante, poderosa. O gigante
Neuer tentou a defesa, pulou, ficou no vazio. Só encontrou a bola já envolvida
na rede.
Alguns
minutos depois, a magia, o futebol que todos sonham, desejam. Messi, a
bola, as asas da chuteira - a bela imagem poética de Chiko Kuneski -, um
zagueiro torto, um goleiro desesperado, um toque suave, a corrida feliz e um
povo em festa. Como é belo o futebol! Messi ainda encontrou tempo para um passe
perfeito, reto, para Neymar marcar o terceiro e terminar a destruição do
Bayern.
Dribles,
passes, gols. Para agradar todos que amam este jogo. Guardiola sabe
que o futebol é uma religião, uma fé. Ele busca um milagre. O problema é que
enfrentará o Deus do futebol, que hoje é chamado de ... Messi!
Eu
sonho com o futebol. Estou jogando, assistindo, vibrando. Sempre é o Grêmio.
Aí, ao contrário do mundo real, ele vence, ganha títulos. Renato está sempre
nele. Ultimamente achei um parceiro para ele. É Messi! São dribles, tabelas,
gols. Mas, é só um sonho. Não me acordem, por favor! No Natal tentei
'materializar', em parte, este sonho. Comprei uma camisa número dez do Grêmio.
Personalizei. Não com o meu nome. Seria mais um Felipe Bastos, um Douglas
ou um Rhodolfo vilipendiando o manto. Um comum sem talento que o Grêmio não
precisa. Eu não alteraria nada neste time. Acima do dez está escrito ... Messi!
Um
desejo, um sonho, uma ilusão, uma esperança. Nada mais que isto. Só um delírio
de um velho gremista apaixonado a procura de um ídolo para chamar de seu. Que
inveja de um torcedor do Barcelona!
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