Chiko
Kuneski
Os
otimistas acreditam que as grandes transformações vêm da crise. No futebol já
tivemos inúmeros exemplos que esse credo é verdadeiro. Talvez sejamos mesmo um povo
otimista que leva a máxima “ao pé da letra”. O brasileiro está reencontrando o desejo,
a vontade de participar. De ser ativo.
O
futebol nacional, apenas com os jogadores que atuam em nossas arenas (para ser
contemporâneo), voltou a ter bons jogos, com mais dribles, toques, passes,
assistências (termo também contemporâneo) e vibração. A volta do bom futebol
nos faz voltar a gostar do futebol.
Torcedores
indo aos estádios. Êxtases coletivos dos cidadãos comuns, sem a insanidade das
torcidas organizadas, recuperando o prazer de ver futebol. De torcer. Reencontramos
o tesão numa relação que era apenas de
amor, às vezes platônico.
Como
no futebol, o brasileiro recriou seu desejo pela política. Esse, mais impelido
por um divórcio inevitável de um casamento desgastado e construído em enganos,
logros e mentiras, que faz procurar o novo desejo, a busca do algo mais, do
novo tesão. O êxtase da negação do cômodo, da mesmice, para a busca de uma
realização maior.
Como
nas arenas, os brasileiros vão às ruas por desejo, espontaneamente. Querem
voltar a ser vencedores e não eternos perdedores enganados por discursos de
dirigentes corruptos e de falsos técnicos. Voltam a acreditar que as mudanças
são possíveis e inevitáveis.
Os
brasileiros estão reencontrando o tesão por suas eternas paixões.
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