Chiko Kuneski
“Somente três coisas param no ar: helicóptero, beija-flor e
Dadá Maravilha.” Frase irônica de um dos grandes, se não um dos maiores,
atacantes do Brasil, Dadá Maravilha.
Dadá brincou com seus gols de cabeça na década de 70. Não
podia prever que no século XXI um português também voaria com asas de colibri
nos gramados do mundo. O corpo flutua em linha reta no ar e para. Os olhos atentos
sobre a cabeça do zagueiro. A mira no gol. O radar na bola. A imagem parece
congelar, a dele pelo menos, em pleno ar parado longilíneo, esperando.
Tudo ao seu redor se move. Ele não mais. Somente os olhos, um
de radar; outo de mira, certeira. As chuteiras de colibri aceleram. Mantem o
corpo, mantém os olhos, mantém a cabeça erguida. Segundos. Para a cabeça ir de
encontro à bola e a bola ir de encontro às redes. Implacável. O corpo pousa já
com braços erguidos. Dessa vez, nem mesmo olhou para o plasma do placar do
estádio.
Cristiano Ronaldo, ou CR7, afinal o marketing é fundamental
para o futebol do século XXI, sabia que ali a batalha contra o PSG estava
ganha. O ídolo de plasma materializou-se na plenitude da leveza do voo. Parou
no ar. Tirou o ar. O guerreiro rompedor de defesas achou a leveza do ser,
fez-se colibri de chuteiras.
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