"Nunca aprendi a jogar futebol. Perdi muito tempo fazendo gols!"
Dario
Maravilha, o Peito de Aço que parava no ar, tinha a 'solucionática para
toda problemática', é a melhor identificação de um centroavante que
sobrevive apenas no imaginário. Se no campo, Dadá era 'rompedor tosco', falando é um poeta.
Mauro Pandolfi
O
'nove' e o 'dez' são os zumbis mais assustadores do futebol brasileiro.
Perambulam num imaginário que é só imaginário. São o passado eterno
que sobrevive as todas as mudanças táticas da bola. Os que 'são pagos
para dar opinião', na maioria das vezes, cultivam este pesadelo. Eles
representam o atraso do futebol, tanto dentro quanto fora das 'quatro
linhas'. Os comentaristas da bola sustentam velhas teses, conceitos anacrônicos que são superados
pela realidade. Dane-se a realidade! Viva a tese! Velhos torcedores são
embalados por estas ideias obsoletas. Resmungam por imagens de um
passado mais mítico do que verdadeiro. Berram por uma mitologia que
envelheceu, ficou caduca e que apanhou de 7 a 1. Estas 'peladas' de fim
de ano desenterram 'craques' e ameaçam ressurreições. A magia do futebol
permite isto. Até o velho 'Imperador' está pensando em sair de exílio.
Não duvide!
O
ano passado foi o 'dez'. Os clubes procuraram desesperadamente o
'cabeça pensante'. Aquele que ordena o jogo. Vieram tantos. De medalhões
consagrados, a sub-medalhões ou só 'velhos'. Conca, Montillo, Wagner,
Éverton Ribeiro, Diego, Juan, Thiago Neves, Marco Antônio.Todos
decadentes. Apenas, para comprovar a regra, Thiago Neves pensou o jogo. O
resto, passeou, viu do banco, da arquibancada, do departamento médico, o
fracasso de seus times. Estas contratações geram duas explosões de
felicidades. No anúncio e na saída.
Este
é o ano do 'nove'. Saudosos do grandalhão do gol de cabeça, do botinudo
que maltrata a bola, do 'poste', do 'aipim', do 'texano', os clubes se
desesperam e contratam o primeiro bonde disponível. Os mineiros, com
sempre, saíram na frente. Fred e Ricardo Oliveira mudaram o jeito de
jogar. Velhos, decadentes, sem forças, esperam uma bola sobrar na cara
do gol. Santos procura Barcos, que naufragou no Grêmio, e o Corinthians
sonha com Leandro Damião para substituir Jô, que aprendeu ser 'moderno'.
Damião fará o mesmo?. Às
vezes, centroavantes marcam seus gols, raramente em partida decisiva.
Viram heróis! No entanto, tem números pífios na
temporada. Nenhum centroavante que joga no Brasil marcou mais do 25 gols
em 2017. Kane, do Tottenham. fez 57. Ele é de outra 'escola'.
Não
há lugar para o centroavante no futebol de hoje? Há, claro que há! O
'mundo da bola' entendeu a mudança do 'nove'. São móveis, gostam do
jogo, da bola, participam, criam, passam. Encantam pela habilidade numa
tabela ou numa assistência. Não sobrevivem apenas pelos gols. Fazem
parte de uma estrutura bem organizada, planejada, elaborada de jogo. O
talento que vai de Lewandowski, passa por Kane, chega em Suarez. Mas,
os goleadores deste tempo não fazem da área a sua morada. Frequentam
apenas para estufar a rede. Cristiano Ronaldo e Messi são o futebol
deste tempo. Não há nada maior do que eles.
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