"Não quero para genro. Quero para jogar no meu time!"
Sabedoria de João Saldanha que admirava Heleno de Freitas, Paulo César Caju, Afonsinho e, provavelmente, gostaria de Neymar.
Mauro Pandolfi
É
fácil amar Messi! É genial. Autor de obras de arte que encantam
multidões e rende milhões de euros. Vistoso em campo. Soberano! Discreto
fora dos gramados. Raras referências sobre ele. Fotos discretas com a
família. Só apareceu nas manchetes extra futebol nas acusações de fraude
fiscal. Um duelo de gananciosos. O estado e o milionário. Nesta, Messi
perdeu. Nada que ameaçasse a idolatria. Lionel é um bom moço. 'Um gente
boa!' É difícil amar Neymar! Genial e genioso. Há gols , dribles, que
Messi, Pelé, Cristiano Ronaldo assinariam. Sedutor em campo. Vaidoso
fora. Adora se exibir na mídia, nas redes sociais, nos eventos. Mulheres
bonitas sempre o acompanham. Mantém um interessante 'duelo' com a linda
Bruna Marquezine. Ora juntos, ora separados, ora, reatando. Uma novela
da vida real, que tem público ávido por novos capítulos. Se a vida
social já incomodava os seus críticos, as suas 'atitudes' em campo
começam a minar a idolatria. Anda escutando vaias, resmungos, apupos dos
torcedores. Afinal, além dos 'amigos' de farra, de Bruna Marquezine, do
pai vigarista, alguém mais gosta de Neymar?
Eu
gosto! Sou fã do seu jogo. Dos dribles, das cobranças de faltas, de
seus belos gols, do seu jogo de 'playstation' - que uso num sentido
oposto da definição magistral de Chiko Kuneski, da irreverência, de seu
jeito politicamente incorreto, imaturo, de uma adolescência permanente.
Neymar é um 'bad boy' - detesto este termo - pós-moderno. Teve um tempo,
lá pelo 60, 70, 80, quando éramos jovens, que rebeldia era elogio, um
desejo, um culto. Suas palavras ecoavam nos ouvidos, suas fotos nas
paredes dos quartos, nas camisetas. Quantos dos 'nossos heróis' eram
babacas, deslumbrados, aproveitadores? Um dos meus mitos do cinema,
Woody Allen, foi acusado pela filha de abuso sexual. Não vou nem falar
de Che Guevara. Será que eram tão 'legais', rebeldes, contestadores,
estes mitos que 'sacrificaram' jovens, de overdose, para tornarem-se
lendas? Não sei! Velho, beirando os sessenta, fã de muitos deles, me
afasto desta iconoclastia. Deixo as opiniões para um certo Maurinho.
A
vida é quase BBB. Menos medíocre, é verdade! Tudo é olhado por uma
lente que nem sempre é da verdade. Hoje, pode ser fake. Ri com a
brincadeira 'infantil' de Neymar no jogo contra o Rennes. Fiz e sofri
muito quanto menino. Oferecia a mão em cumprimento e retirava quando o
outro aceitava. Tudo terminava em risada. Virou humilhação deixar no
'vácuo'. "Arranhou mais a imagem dele', dizem os jornalistas
especializados. 'Não é um bom exemplo', dizem outros. Exemplo para as
crianças devem ser seus pais. Nunca um mito de 'plasma'. Todas atitudes
de Neymar são ampliadas. Uma dela, a falta de generosidade com Cavani,
que não gostou da atitude do 'colega'. Fico espantado em ver um uruguaio
brabo, um charrua, desejar um 'regalo' de alguém!? Esquecem que Neymar
apanha o jogo todo. Nesta partida contra o Rennes, o lindo drible de
costas virou motivo de reclamação. Aqui mais um clichê: que jogo chato
está virando o futebol. Ainda vão banir o drible. Há um exagero em tudo
no que se refere a Neymar. Da idolatria ao xingamento. Não precisa ser
sólido para se desmanchar no ar neste tempo. Tudo é rápido e líquido. A
heroicidade divide o mesmo lado da moeda com a a cretinice.
Um
velho picareta do futebol avisou que 'estavam criando um monstro'.
Outro mito do jornalismo, disse que ele é 'frívolo'. Neymar já foi
chamado de tudo. Babaca, mimado, mercenário, infantil, idiota, bobo
alegre. Bobo alegre? Não peguei o nome do jornalista da Band que assim
se referiu. Neymar ainda não amadureceu. Nunca amadurecerá. Será sempre
assim. Genial e genioso! Aceita-se ou não? A escolha é de cada um. Eu
fiz a minha. Ele nunca será o meu genro!
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