Mauro Pandolfi
"O erro é uma coisa boa que conduz à verdade".
O abraço amoroso de Renato Portaluppi em Carol, pai e filha, dentro do gramado, desrespeitou a regra da Copa do Brasil. Mas evidenciou o amor e a verdade em Dostoievski.
Cenas de uma quarta. O abraço de pai e o filho, com os rostos pintados, chorando e rindo, foi capa de jornal. Cenas de uma vitória. Um grupo de amigos, que pulam e cantam, declara na rádio sua paixão em gritos e sussuros. Cenas de um sonho. Renato Portaluppi chama a filha Carol para o gramado e abraça afetuosamente, comemorando a chegada à final de Copa do Brasil. Cenas de gremistas. As duas primeiras desapareceram no dia seguinte. Ficou apenas na memórias deles. A de Renato e Carol durará alguns dias. Os moralistas de plantão, os legalistas querem impedir que o Grêmio jogue a final na Arena. Afinal, Carol Portaluppi 'invadiu' o campo. Isto é ilegal, perigoso, imoral, só não engorda. Quantos riscos sofreu a arbitragem e o time do Cruzeiro com a 'ocupação' de Carol? Perigosa, poderosa e empoderada esta filha de Renato Portaluppi, hein?
O Grêmio já foi imortal. Venceu a 'mãe' de todas as batalhas de sua história: a dos Aflitos. Sete homens e um destino. A eternidade. O tempo voou. A imortalidade é só um engano, uma ilusão, uma quimera. Os títulos são sempre os mesmos. O que estão nas paredes das barbearias das cidades pequenas gaúchas, nos almanaques, na memória dos poetas fanáticos tricolores que declamam escalações feito poesia. Quinze anos sem títulos. Gauchão não conta mais. O desejo que sempre termina numa quarta, oitava ou semifinal de qualquer copa. Ou, acaba no início do returno do Brasileirão. Quarta foi diferente. Afinal, uma final. Os gremistas liberaram o canto, o choro, o grito escondido na garganta, preso na alma, sufocado no coração. Porém...
Estranho este país! Estudantes ocupam escolas contra reforma para mudar o ensino medíocre que atrasa , não estimula, não oferece perspectiva. Torcedores (sic) batem, brigam, surram policiais e editoriais, notas oficiais, comentaristas, reclamaram da agressividade da polícia. 'Os torcedores' foram soltos. Os clubes pegaram penas pecuniárias, diminuição de ingressos ou proibição das organizadas até o final do campeonato. A súmula do árbitro, de Grêmio e Cruzeiro, relatou o 'crime': a 'invasão' de Carol Portaluppi. Vai a julgamento. 'O castigo': perda do mando de campo. Legal, pode ser. Injustiça, certamente. Legítimo? Nem um pouco. Carol nada fez. Comemorou com pai, tirou fotos, registrou a alegria, a felicidade, a reinvenção do mito. Como os hipócritas deste país odeiam a tal felicidade.
Renato é o ícone maior do Grêmio. Seu rosto, seus feitos estão pintados nas paredes da Arena. Foi resgatado das areias de Copacabana para recuperar o Grêmio. Manteve o pensar e os conceitos de Roger. Acrescentou a 'malandragem' de campo, vestiários, anos de praia. O time se estabilizou, se aprumou e chegou na final. Renato explodiu no seu 'renascimento'. Chamou a filha para a festa. Pularam, dançaram, abraçaram, tiraram fotos. Um feito que qualquer pai gosta de dividir com os filhos. Renato foi só um torcedor gremista. Esqueceu o cargo e vibrou com a vitória do clube. Uma cena de amor. Mas, nestes tempo de ódio, que vive o Brasil, andar amado é perigoso. O amor de pai e filha insultou a 'lei'. Será punido. Resta aos gremistas, a receita de um velho corneta: Vou me embriagar de Bardhal B-12.
O Grêmio já foi imortal. Venceu a 'mãe' de todas as batalhas de sua história: a dos Aflitos. Sete homens e um destino. A eternidade. O tempo voou. A imortalidade é só um engano, uma ilusão, uma quimera. Os títulos são sempre os mesmos. O que estão nas paredes das barbearias das cidades pequenas gaúchas, nos almanaques, na memória dos poetas fanáticos tricolores que declamam escalações feito poesia. Quinze anos sem títulos. Gauchão não conta mais. O desejo que sempre termina numa quarta, oitava ou semifinal de qualquer copa. Ou, acaba no início do returno do Brasileirão. Quarta foi diferente. Afinal, uma final. Os gremistas liberaram o canto, o choro, o grito escondido na garganta, preso na alma, sufocado no coração. Porém...
Estranho este país! Estudantes ocupam escolas contra reforma para mudar o ensino medíocre que atrasa , não estimula, não oferece perspectiva. Torcedores (sic) batem, brigam, surram policiais e editoriais, notas oficiais, comentaristas, reclamaram da agressividade da polícia. 'Os torcedores' foram soltos. Os clubes pegaram penas pecuniárias, diminuição de ingressos ou proibição das organizadas até o final do campeonato. A súmula do árbitro, de Grêmio e Cruzeiro, relatou o 'crime': a 'invasão' de Carol Portaluppi. Vai a julgamento. 'O castigo': perda do mando de campo. Legal, pode ser. Injustiça, certamente. Legítimo? Nem um pouco. Carol nada fez. Comemorou com pai, tirou fotos, registrou a alegria, a felicidade, a reinvenção do mito. Como os hipócritas deste país odeiam a tal felicidade.
Renato é o ícone maior do Grêmio. Seu rosto, seus feitos estão pintados nas paredes da Arena. Foi resgatado das areias de Copacabana para recuperar o Grêmio. Manteve o pensar e os conceitos de Roger. Acrescentou a 'malandragem' de campo, vestiários, anos de praia. O time se estabilizou, se aprumou e chegou na final. Renato explodiu no seu 'renascimento'. Chamou a filha para a festa. Pularam, dançaram, abraçaram, tiraram fotos. Um feito que qualquer pai gosta de dividir com os filhos. Renato foi só um torcedor gremista. Esqueceu o cargo e vibrou com a vitória do clube. Uma cena de amor. Mas, nestes tempo de ódio, que vive o Brasil, andar amado é perigoso. O amor de pai e filha insultou a 'lei'. Será punido. Resta aos gremistas, a receita de um velho corneta: Vou me embriagar de Bardhal B-12.
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