Chiko Kuneski
Um ditado antigo, sou
antigo confesso, diz: “tudo como d’antes no quartel de Abrantes”. Uso esse dito
para explicar que “tudo está no seu lugar”. Lugar de cadeiras marcadas, de
baralhos marcados, de jogos marcados. Assim é o futebol brasileiro. Uma constante
de inconstâncias constantes.
Uma modelo loura invade
o gramado da Arena do Grêmio. Invasão. STJD. Punição. Perda do mando de campo
do jogo decisivo da Copa do Brasil. Mas a pessoa em questão é filha do técnico
do Grêmio, Renato Portaluppi. Compulsão. Estardalhaço. Gritarias histéricas. Nervosismos.
Desabafos nervosos. Paixão.
Mas... nesse país é o
ditado do início do texto que vale. A tudo se recorre. Tudo tem um porém. Uma
falha. Uma chicana jurídica, seja ela pelo certo; pelo errado. No quartel do
futebol brasileiro, ainda com fortes resquícios generalísticos da ditadura, principalmente
no STJD, acaba “tudo como d’antes”. Liminar garante a decisão na Arena do
Grêmio. Nada mudou.
Somos o país dos
holofotes. O importante é estar frente às câmeras, virar estrelas por segundos,
virar o assunto da semana, do dia. Uns com suas calças jeans, outros com suas
togas com cheiro de naftalina. Pessoalmente, ainda prefiro as jeans bem
vestidas.
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