quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Holofotes

Chiko Kuneski

Um ditado antigo, sou antigo confesso, diz: “tudo como d’antes no quartel de Abrantes”. Uso esse dito para explicar que “tudo está no seu lugar”. Lugar de cadeiras marcadas, de baralhos marcados, de jogos marcados. Assim é o futebol brasileiro. Uma constante de inconstâncias constantes.

Uma modelo loura invade o gramado da Arena do Grêmio. Invasão. STJD. Punição. Perda do mando de campo do jogo decisivo da Copa do Brasil. Mas a pessoa em questão é filha do técnico do Grêmio, Renato Portaluppi. Compulsão. Estardalhaço. Gritarias histéricas. Nervosismos. Desabafos nervosos. Paixão.

Mas... nesse país é o ditado do início do texto que vale. A tudo se recorre. Tudo tem um porém. Uma falha. Uma chicana jurídica, seja ela pelo certo; pelo errado. No quartel do futebol brasileiro, ainda com fortes resquícios generalísticos da ditadura, principalmente no STJD, acaba “tudo como d’antes”. Liminar garante a decisão na Arena do Grêmio. Nada mudou.


Somos o país dos holofotes. O importante é estar frente às câmeras, virar estrelas por segundos, virar o assunto da semana, do dia. Uns com suas calças jeans, outros com suas togas com cheiro de naftalina. Pessoalmente, ainda prefiro as jeans bem vestidas.

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