"O tempo dirá quem é melhor: Taison ou Messi?"
Taison tem a última chance de provar que Wianey Carlet não era um colorado delirante, e sim, um sábio do futebol e que não é 'ovelhinha' de Tite.
Mauro Pandolfi
Faltou alguém. Sempre falta. Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Roberto Dias, Falcão, Neto, Zico, Romárioe Neymar já assistiram a Copa no sofá da sala. Fontana, Elzo, Zé Carlos, Batista, Felipe Melo,Carbone e Grafite estiveram lá. Alguns, beijaram a taça, desfilaram no caminhão de bombeiros, foram homenageados e, alguns, definitivamente, esquecidos. Tite seguiu a história. Preferiu os conhecidos, os que ajudaram a ganhar a vaga. Os treinadores são mais parecidos do que supõe a vã filosofia de botequim. Tite não é tão diferente de Dunga ou Felipão. Ele também gosta dos amigos por perto, de seus 'craques' de confiança. Felipão apostou nas 'pernas alegres' de Bernard. Dunga confiou na 'elegância discreta' de Felipe Melo. Tite acredita em Wianey Carlet. Escolher Taison ao invés de Luan ou Vinícius Jr é desafiar o talento, ignorar os novos ou desafiar os deuses da bola. Eles, os deuses, costumam ser cruéis.
Tite já foi unanimidade. Um homem correto, ético, de caráter. Teve um período que muita gente o queria como presidente. Adenor Bacchi, o Tite, é pragmático, previsível, perigosamente coerente. Reinventou a seleção. Recuperou o prestígio, a fama e a tornou a camisa amarela temida outra vez. Armou um time forte, 'consistente' (o titês definitivo sobre a equipe), vigoroso na defesa, rápido no ataque, recomposição precisa nas eliminatórias. Um jogo que não repetiu nos amistosos este ano. Tite aposta em único estilo, sistema ou forma de jogo. Se precisar de algo diferente, quem mudará o ritmo ou buscará a vitória? Taison? A surpresa da lista é a ausência de Giuliano. O que fez para ser esquecido? Futebol é um jogo de olhares e escolhas. Os meus são diferentes. Mas, quem sou eu para protestar?
Faltou ousadia na lista. Surpreender os outros. Foram os de sempre. Os gaúchos chamam de 'ovelhinhas'. O resto do Brasil de 'panelinha'. Não confio na zaga do PSG e nem em Allyson. Sempre falham em jogos decisivos. Dos laterais, gosto apenas de Marcelo. Fágner é a repetição de Zé Carlos. Casemiro e Coutinho são ótimos meias. Desconfio de Paulinho e Wiliam. São inconstantes demais. Fred - quem garantiu a convocação foi o interesse de Pep Guardiola -, Fernandinho e Renato Augusto são um exagero como já foram Felipe Melo, Elzo ou Batista. O ataque é o melhor setor da lista. A exceção é Taison. Inexplicável convocação. 'Recompõe bem, joga a Champions, tem experiência", justificou Tite. Mas, nos últimos seis meses, marcou um gol. A esperança é ele virar um Josimar. Tite ignorou Luan. Não respeitou' a história, a experiência, as conquistas' do melhor jogador da América e do ouro olímpico em 2016. Se perder a Copa, Tite ficará marcado por não levar Arthur, o mais cerebral dos meias brasileiros. O craque que o Barcelona escolheu para substituir Iniesta. Tite preferiu Fernandinho, Fred, Renato Augusto.
Luan, Arthur, Vinícius Jr, Paquetá, Paulinho, Rodrygo vão embora! Busquem um time na Europa. Se não for num gigante, vão para o Shaktar Donest. Aqui, não adianta brilhar, se destacar, ganhar títulos, serem reconhecidos. O 7 a 1 está marcado na nossa pele. Jogamos um mau futebol, inferior aos grandes centros. Somos periferia. Entre os novos craques daqui e os medianos europeus, Tite vai preferir a 'história, a experiência, a consistência' da grife européia. Que sorte teve um certo Pelé. Só em 1958, com um técnico mais intuitivo, sem aplicativos, sem algorítmos, para apostar num menino de 17 anos. Às vezes, eu que adoro o futebol moderno de estratégias táticas e do passe, tenho vontade de querer a poesia do jogo, do drible, do menino que inventa lances inesquecíveis. Vou ao youtube reencontrá-lo!
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