Mauro Pandolfi
Pênalti! No canto da tela. No canto da área. A falta. O
árbitro não viu. 45 segundos depois o jogo para. Fora de campo, pela
imagem da televisão, o árbitro de vídeo marcou pênalti. A falta aconteceu. Reclamações dos
colombianos. Não há jeito. A batida é perfeita. Gol do Kashima. A
revolução do futebol. O fim das polêmicas. Agora, acabaram as discussões.
Será? O comentarista da Sportv, Rafhael Resende, o mais jovem, era o
mais conservador. Criticou o uso da tecnologia. Defendeu apenas para
saída de bola e da bola que não entrou no gol. Poxa! Um jovem contestando a
revolução. Sinal da época que vivemos.
O
tempo passou e Rafael descobriu que a tecnologia falha. No lance do
pênalti, o jogador do Kashima estava impedido. O que deve marcar o
árbitro? O lance anterior. O impedimento precede o pênalti.
Lembrei de Mário Viana - com dois enes, como ele dizia - berrando no
microfone da rádio Globo, após um lance do jogo: 'errou!' Poxa! Até o
árbitro de vídeo será chamado de ladrão. A tecnologia só ampliará as
discussões. A perfeição é um mito no futebol. Dentro ou fora. Só existe
nos poetas que celebram o 'passado vitorioso'.
Nas
ruas, a outra revolução.
Mascarados, de cara limpa, bradam seus desejos, suas fúrias, seu pensar
(?) político, sua histeria. Há o confronto com a polícia. Todos usam as
mesma armas de sempre. Pedras,
coquetel molotov, rojões, bombas de gás, cassetetes, porrada. A bronca é
a PEC 55. Aquela 'do fim do mundo' ou 'controle de gastos', conforme o
olhar de quem observa. É necessário diminuir a gastança do governo. De
algum modo, é fundamental. No entanto, é complicado congelar as verbas
para educação e saúde. Mas, pensando bem, os governos tratam saúde e
educação como estorvos. Cuidam de maneira burocrática, apenas para
cumprir a constituição. É a melhor explicação para 63º lugar no Pisa
(Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) e os 500 mil zeros
na redação do Enem em 2014. Ou, a volta da dengue, da chikungunya, e da
sífilis. Nada ocorre por acaso no Brasil. É um trabalho bem executados
por políticos, governantes, pensadores, povo que já dura cinco séculos.
'Prá frente, Brasil...!'
Nas redes sociais falam em revolução. Estou
vendo ao vivo, via tevê, a história se movendo. Quase todos jovens. Não
sei se sonhadores. Ou só pela adrenalina. Pode ser utopia. Quem sabe
sonho. Ou pela esperança. Já pensei em boçalidade. Mas barulhentos,
violentos e estúpidos. Comportam-se como as torcidas organizadas.
Quebram tudo. Placas, lixeiras, incendeiam ônibus, invadem e devastam
prédios, quebram cabeças, costelas trincadas, machucados. Durante muito tempo acreditei que assim
nascem as revoluções 'libertadoras'. A vida me mostrou que podem nascer
assim. Porém, terminam em ditadura. Parece
que este é o caminho do ajuntamento Brasil. Pelas ruas ou pelos malucos
tresloucados
que desejam intervenção militar. O tempo passou e a velha piada sobre o
país continua atual: a melhor saída é o aeroporto.
Meu amigo, senti falta de um comentário sobre a queda do time do remendao...
ResponderExcluirAbraço.
Alexandre.
Ps. Eu postei um comentário também no outro texto mas não saiu meu nome.
Imaginei que era você. Grato pelo elogio. Escrevi um pequeno texto, no dia da queda, no facebook. Usei a música 'O mundo é um moinho", de Cartola, para falar da soberba e da arrogância. O inter (em caixa baixa, do tamanho do clube) escorregou na empáfia, na canalhice, no oportunismo da tragédia da Chapecoense. A queda foi justa e necessária. Torço que continue em queda livre este clube farsante. Abraços,
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